Imprensa brasileira sofreu ataque a cada dois dias em 2022, aponta Relatório ABERT

Imprensa brasileira sofreu 137 casos de violência não letal em 2022, o que significa que houve um ataque a cada dois dias, de acordo com o R...

Imprensa brasileira sofreu 137 casos de violência não letal em 2022, o que significa que houve um ataque a cada dois dias, de acordo com o Relatório ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão

Nesta quarta-feira (10), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apresentaram o relatório anual sobre violações à liberdade de expressão. Casos de assassinato, violência não letal e importunação sexual à profissionais da comunicação aumentaram. Segundo a Abert, o Brasil é um “ambiente tóxico à atividade jornalística”.

O Relatório ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão de 2022 registrou dois assassinatos de jornalistas e 137 casos de violência não letal envolvendo pelo menos 212 profissionais e veículos de comunicação. Isso significa que a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque a cada dois dias. 

Houve uma redução de 5,52% no número de casos não letais e de 7,83% no número de vítimas em relação a 2021. Entretanto, houve um aumento de 38,24% nos casos de agressões físicas em 2022 em comparação com o ano anterior.  Os casos de importunação sexual voltaram a aparecer no relatório, assim como os casos de censura e vandalismos que tiveram aumentos de 100% e 25%, respectivamente. 

Os ataques em várias cidades brasileiras ocorreram, em sua maioria, nos dias seguintes ao segundo turno da eleição presidencial, durante a cobertura dos protestos contra o resultado do pleito, em defesa de um golpe militar, e durante a desmobilização de acampamentos em frente aos quartéis do Exército. 

A exemplo dos relatórios anteriores, as decisões judiciais – 20 em 2022 – não entraram na contagem de violência não letal. Os ataques à imprensa também ocorreram nas redes sociais, com 1,32 milhão de posts com críticas publicadas no Facebook, Twitter e Instagram, em 2022. 

A matéria completa e o relatório da Abert podem ser acessados aqui.