A omissão da segurança pública do DF para conter o brutal vandalismo contra os principais símbolos da democracia brasileira, ocorrido na tar...
A omissão da segurança pública do DF para conter o brutal vandalismo contra os principais símbolos da democracia brasileira, ocorrido na tarde de ontem e que circundam a Praça dos Três Poderes da capital federal, vem sendo imputada exclusivamente ao governador Ibaneis Rocha (MDB).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na noite deste domingo 8, que não quer acreditar que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, tenha sido conivente com a ação de grupos bolsonaristas radicais que invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes, em Brasília.
"Provavelmente foi iludido, foi enganado, essa apuração de responsabilidade será feita", disse Dino, em coletiva de imprensa convocada para tratar sobre as ações após os atos radicais.
Todos os serviços de inteligência das forças de segurança do DF, quanto os serviços de inteligência das forças ligadas ao Ministério da Defesa e ao Ministério da Justiça, tinham indícios da magnitude da mobilização e que poderiam ocorrer atos terroristas como os ocorridos neste domingo(08).
Há mais de 60 dias, desde o fim do pleito eleitoral em 30 de outubro, que deu a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT), centenas de manifestantes se aquartelam em frentes aos QGs e unidades do Exército brasileiro, em vários estados da federação.
Extremistas pediam intervenção federal e anulação das eleições, incentivados por supostas irregularidades nos sistema eleitoral brasileiro, incitados pelo ex presidente derrotado Jair Bolsonaro. Bolsonaro, que se isolou em território americano, levanta dúvidas sobre a validade do resultado das urnas eletrônicas e faz seus seguidores acreditarem que houve fraude na contagem dos votos. Partidos políticos irresponsáveis, como o Partido Liberal, de Valdemar da Costa Neto, e do presidente derrotado Jair Bolsonaro, alimentou a falsa ideia, propagou mais desinformação e incendiou ainda mais a desordem e a afronta ao regime democrático de direito.
O PL chegou a pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a revisão da apuração das urnas eletrônicas, que entraram em funcionamento antes de 2020, baseado em um estudo fajuto do Instituto Voto Legal.
A invasão do prédio da Polícia Federal, ocorrida no dia da posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e, na sequência, os achados de bombas prestes a explodirem no Aeroporto Juscelino Kubitschek, foram os primeiros sinais de uma tragédia anunciada, sobre os poderes da República.
O ato de posse do novo presidente do Brasil, ocorrido no 1º dia do ano, foi tranquilo e harmonioso. Inclusive, Ibaneis Rocha fora elogiado pelo Ministro Flávio Dino pela organização e garantia de segurança do DF no evento de posse presidencial.
A atuação do sistema, que garantiu um dos mais belos e importantes eventos da democracia brasileira, festejada por aproximadamente 300 mil brasileiros que foram à Esplanada, tranquilizou o governador Ibaneis Rocha e o próprio presidente Lula, que parabenizaram as forças de segurança pelo feito.
Ibaneis Rocha participou da solenidade de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Agência Brasília / Divulgação
Ontem, pela manhã, o governador, que desde sábado trocava informações com o ministro da Justiça, sobre os mais de 150 ônibus que chegaram a Brasília, carregado apoiadores de Bolsonaro, foi tranquilizado pelo seu próprio secretário de segurança, em exercício, o delegado da Polícia Federal e ex- Coordenador-Geral de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Fernando de Sousa Oliveira.
Fernando de Sousa passava a informação ao chefe do poder Executivo, que tudo estava na mais perfeita ordem e que se tratava de uma manifestação "pacifica e ordeira", sobre o controle da PM. Veja:
áudio do secretário de segurança do DF Fernando de Sousa
Do outro lado, o Ministro Flávio Dino também foi tranquilizado pela inteligência das forças federais que tudo estava tranquilo, sob o controle da Força Nacional, apesar de uma multidão avançar em uma tarde de domingo, sobre a Esplanada dos Ministério, guarnecida por poucos militares.
Desta forma, Ibaneis pode ter sido induzido ao erro por acreditar em seu secretário de segurança sobre o "clima ordeiro e pacifico" dos bolsonaristas e por não ter informações concretas por parte dos serviços de inteligência das forças federais.
Até agora não se sabe, ao certo, se a falha foi por falta de troca de informações, entre órgãos de segurança como PF e PCDF, ou se foi um ato de pura negligência sinérgica.
O afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do DF, por um prazo de 90 dias, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, é supostamente a forma encontrada para arranjar bode-expiatório dos atos antidemocráticos.
A situação de extremo perigo pode ser muito mais grave e deve ser investigada com o devido critério e rigor da lei. O próprio presidente Lula como o ministro Flávio Dino em suas falas minimizam a omissão de Ibaneis por tal orquestração. "Ele foi enganado", disse, Dino.
Veja na atualização do dia 09/01 o que diz o Ministro Flavio Dino, em coletiva de imprensa, quando perguntado sobre a responsabilidade do Governador Ibaneis Rocha sobre o desastre na segurança do DF. As imagens são da TV Brasil:
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