Novos empórios e centros no DF conectam produtores rurais e consumidores. Mais locais para comprar direto do campo e fortalecer empreendedores locais.
Empórios e centros de distribuição em diversas regiões fortalecem produtores locais e a venda direta ao consumidor
Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
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Empórios rurais oferecem aos usuários infraestrutura e produtos de qualidade fabricados no Distrito Federal |
Também serão erguidos três centros de distribuição no estilo pedra em Planaltina, Paranoá e Brazlândia. “É uma preocupação do nosso governador, Ibaneis Rocha, e da nossa vice-governadora, Celina Leão, não somente o incentivo à produção agropecuária, mas também a criação de locais para comercialização”, destaca o titular da pasta, Rafael Bueno. “Virão mais dois empórios, no Jardim Botânico e em Brazlândia, no mesmo formato do Colorado, para que a gente aproxime o pequeno produtor do consumidor final, gerando assim um circuito rápido de comercialização e conectando uma produção de alimentos saudáveis do Distrito Federal com a demanda do nosso consumidor”.
Segundo o secretário, os processos das novas unidades estão em tramitação de liberação de recursos e de área para construção. Cada uma terá capacidade para 30 produtores. O equipamento do Jardim Botânico ficará no balão do Jardins Mangueiral, atendendo a população da cidade e do bairro, além de regiões próximas, como São Sebastião e o Setor Habitacional Tororó. “É uma área em que temos uma demanda muito grande e uma população crescente. Já em Brazlândia, vamos permitir que o produtor de morango possa mostrar nos 365 dias do ano a força que Brazlândia tem na produção do morango”, pontua.
Também com o objetivo de impulsionar os resultados da área rural brasiliense, os novos galpões estarão em pontos estratégicos. “Serão em estilo pedra, como se fosse uma mini Ceasa, no Paranoá, Planaltina e Brazlândia, para que possamos fazer o comércio em atacado e varejo, com maior volume de atendimento de mercearias, supermercados e do consumidor final”, explica Bueno.
As obras do novo galpão do Paranoá, às margens da DF-250, já estão em andamento. Foram feitos serviços iniciais, como a terraplenagem e o nivelamento do terreno, que soma 2.400 m². A estrutura terá sanitários masculinos, femininos e adaptados para pessoas com deficiência; salas administrativas destinadas ao uso das associações de produtores e do Conselho Rural; estacionamento para veículos e área de para carga e descarga de mercadorias.
O trabalho é coordenado pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), com convênio da Caixa Econômica Federal (CEF). “A Novacap, em cooperação técnica com a Seagri-DF, tem como atribuições a elaboração dos documentos técnicos, a realização da licitação e a fiscalização da obra do Galpão do Produtor Rural do Paranoá”, informa o diretor de Planejamento e Projetos da Novacap, Carlos Spies.
Ponto de encontro e de compras
Construído com investimento de cerca de R$ 1,5 milhão, o Empório Rural do Colorado ocupa uma área de fácil acesso dos consumidores, às margens da DF-150. O espaço beneficia 30 produtores rurais e funciona às sextas-feiras das 16h às 20h, aos sábados, das 7h às 13h, e aos domingos, das 7h às 12h. A área é de 741 m², dividida em 18 boxes que oferecem mercadorias diversas, como frutas, verduras, legumes, laticínios e artesanato, além de dois boxes para lanchonetes. Há também estacionamento e banheiros.
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“A estrutura melhorou muito e a nossa clientela está voltando", celebra a produtora rural Ismênia Aparecida de Oliveira |
Originalmente, o empório ficava próximo à BR-020, de forma improvisada. Com a desocupação por ordem judicial, o GDF teve a oportunidade de garantir a estrutura adequada aos comerciantes e compradores. "Já passamos por várias dificuldades no outro empório, que foi demolido, ficávamos debaixo de tendas. Hoje estamos em um lugar privilegiado, sensacional para escoar a nossa produção. O movimento dobrou, graças a Deus. Ficou num lugar excelente”, celebra o produtor rural Júlio Holz, 62 anos.
A variedade de mercadorias disponíveis no empório é extensa: há laticínios, como queijos e doces de leite, hortaliças, embutidos, entre linguiças e salames, pães, artesanato, e mais. À frente de uma banca de hortaliças e temperos rurais, a produtora rural Ismênia Aparecida de Oliveira, 79, afirma que o movimento aumentou graças à nova localização. “A estrutura melhorou muito e a nossa clientela está voltando. Adoro fazer temperos e tenho alguns carros-chefes. As pessoas já sabem onde me encontrar”, comenta.
Para a aposentada Lúcia Pinheiro, 68, há quitutes que só são encontrados no Empório Rural do Colorado. “Moro no Lago Oeste e até temos uma feira de produtores, aos sábados de manhã, mas essa feira aqui é mais completa. Tem um queijo que eu adoro buscar e uma granola que não é igual à que a gente compra por aí, é maravilhosa”, revela ela.
“Os produtos são de qualidade e a infraestrutura é ótima. Está de acordo com a qualidade da feira, com as pessoas que frequentam o meio, e com a qualidade dos produtos. Tudo que eu levo, eu gosto. E por isso eu volto para comprar novamente.”
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Gabriela Menezes elogia a criação de novos empórios: “Quanto mais, melhor" |
Já a professora Gabriela Menezes, 54, gosta de frequentar o empório aos finais de semana para degustar os lanches disponíveis, principalmente os pastéis. “Venho para comer o pastel, que é delicioso, mas também para comprar alguns quitutes, como o pão, que é muito bom e produzido artesanalmente, e os ovos da semana”, diz ela, que elogia a criação de novos espaços.
“Quanto mais, melhor. Valoriza o produtor e aqui temos tanta variedade, tanta coisa legal, gostosa, boa, de qualidade, às vezes até orgânica.”
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