Com mercado de trabalho robusto e setor externo forte, o Brasil mostra resiliência com medidas fiscais do governo Lula gerando confiança ao mercado.
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Pequim 12/05/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China (Foto: Ricardo Stuckert / PR) |
Governo Lula impulsiona crescimento enfrentando desafios fiscais e a volatilidade do mercado
De acordo com o Banco Central do Brasil, o déficit em transações correntes em abril de 2025 foi de US$ 1,35 bilhão, significativamente abaixo dos US$ 2 bilhões esperados pelos analistas. Esse desempenho reflete a solidez das contas externas do país, mesmo em um contexto de volatilidade global. Além disso, o Investimento Direto no País (IDP) alcançou US$ 5,49 bilhões, superando as projeções de US$ 4 bilhões. Esse fluxo robusto de capital estrangeiro evidencia a atratividade do Brasil para investidores internacionais, apesar das incertezas globais, como as tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos.
O cenário econômico global em 2025 é caracterizado por um crescimento projetado entre 2,7% e 3,3%, segundo relatórios de organizações internacionais. No entanto, a incerteza predomina, impulsionada por políticas comerciais imprevisíveis, especialmente dos EUA. Na Europa, os índices de gerentes de compras (PMIs) de maio indicaram contração tanto no setor industrial quanto no de serviços na Zona do Euro e na Alemanha, com valores abaixo dos 50 pontos. Apesar disso, o PIB alemão cresceu 0,4% no primeiro trimestre, superando as estimativas de 0,2%, impulsionado por exportações antecipadas devido a temores de tarifas americanas.
Um alívio temporário veio com o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de adiar até 9 de julho a imposição de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia. Essa decisão impulsionou as bolsas europeias e pode ter efeitos positivos indiretos em mercados emergentes como o Brasil, ao reduzir a pressão sobre o comércio global.
No âmbito doméstico, o governo Lula tem buscado equilibrar as finanças públicas. Um bloqueio de R$ 31,4 bilhões em despesas sinaliza um esforço de contenção fiscal. No entanto, a proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações no exterior provocou forte reação do mercado financeiro, elevando a cotação do dólar para R$ 5,70 no pregão de 22 de maio. Após um recuo parcial na medida, anunciado pelo ministro Fernando Haddad, o câmbio recuou mais de 1%, estabilizando-se em torno de R$ 5,66 em 26 de maio. Apesar da correção, a cotação permanece acima dos níveis anteriores ao anúncio, indicando uma confiança abalada no mercado. Essa volatilidade reflete preocupações com a previsibilidade das políticas econômicas, um desafio para o governo Lula.
As perspectivas para os próximos meses no Brasil são de otimismo cauteloso. O IPCA-15, índice que serve como prévia da inflação oficial, deve registrar alta de 0,41% em maio, segundo projeções, indicando pressões inflacionárias persistentes. A inflação acumulada em 12 meses até abril foi de 5,53%, com o IPCA de abril em 0,43%. A combinação de resiliência econômica e inflação rígida levou o Banco Central a manter a taxa Selic em 14,75% ao longo de 2025, com possibilidade de afrouxamento apenas em 2026.
Por outro lado, o mercado de trabalho apresenta sinais de força. A taxa de desemprego, apurada pela Pnad Contínua, deve recuar para 6,9% no trimestre móvel encerrado em abril, enquanto o Caged projeta a criação de cerca de 244 mil empregos formais no mesmo período. Esse desempenho reflete a dinâmica favorável da economia, impulsionada pelo agronegócio e seus efeitos sobre os setores de serviços e indústria.
Sob a liderança do presidente Lula, o governo tem aproveitado esses indicadores econômicos positivos para avançar sua agenda de crescimento sustentável e inclusão social. A capacidade de atrair investimentos estrangeiros e manter a resiliência do mercado de trabalho fortalece a narrativa de estabilidade macroeconômica. No entanto, a volatilidade causada por medidas como o aumento do IOF destaca a necessidade de maior diálogo com o mercado financeiro para restaurar a confiança.
O adiamento das tarifas americanas sobre a UE também oferece uma janela de oportunidade para o Brasil, que pode se beneficiar de um ambiente comercial global menos restritivo. A robustez do setor externo e do mercado de trabalho posiciona o Brasil como um destino atrativo para investimentos, alinhando-se com os objetivos do governo Lula de promover desenvolvimento econômico inclusivo.
Enquanto o mundo enfrenta um crescimento econômico moderado e incertezas comerciais, o Brasil se destaca por sua resiliência. Os indicadores positivos do setor externo, a força do mercado de trabalho e as medidas fiscais, embora com desafios, proporcionam uma base sólida para o governo Lula. A interação entre tendências globais e políticas domésticas será determinante para moldar o futuro econômico do país e o sucesso da administração atual.
Indicador | Valor | Expectativa | Fonte |
---|---|---|---|
Déficit em Transações Correntes | US$ 1,35 bilhão | US$ 2 bilhões | Banco Central do Brasil |
Investimento Direto no País (IDP) | US$ 5,49 bilhões | US$ 4 bilhões | Banco Central do Brasil |
Cotação do Dólar (26/05/2025) | R$ 5,66 | - | Trading Economics |
IPCA-15 (Maio 2025, projeção) | 0,41% | - | IBGE |
Taxa de Desemprego (Abril 2025) | 6,9% (projeção) | - | IBGE |
Criação de Empregos (Caged, Abril) | 244 mil (projeção) | - | Ministério do Trabalho |
- A projeção de inflação para 2025 foi mantida em 5,50%, com estabilidade em 4,50% para 2026 e 4,00% para 2027, enquanto 2028 teve um leve aumento para 3,81%.
- O crescimento do PIB para 2025 subiu de 2,02% para 2,14%, enquanto permaneceu estável em 1,70% para 2026, 2,00% para 2027 e 2028.
- A taxa de câmbio para 2025 caiu de R$ 5,82 para R$ 5,80, com projeções estáveis para os outros anos.
- As expectativas para a taxa Selic em 2025 ficaram em 14,75%, com valores estáveis para 2026, 2027 e 2028.
- O relatório sugere um cenário de cortes graduais de juros nos próximos anos.
- IPCA (%): Para 2025, a projeção atual é de 5,50%, sem mudança em relação à semana anterior (comparação "="), com valores históricos de 5,55% há 4 semanas e 5,50% há 1 semana. Para 2026, similarmente, 4,50% hoje, sem mudança. Para 2027 e 2028, apenas "Hoje" foi fornecido, com 4,00% e 3,81%, respectivamente, e comparações indicando estabilidade ou aumento.
- PIB (var. %): Para 2025, o crescimento subiu de 2,02% para 2,14% (comparação "▲"), com histórico de 2,00% há 4 semanas. Para 2026, permaneceu em 1,70%, e para 2027 e 2028, em 2,00%, com comparações de estabilidade.
- Câmbio (R$/US$): Para 2025, caiu de R$ 5,82 para R$ 5,80 (comparação "▼"), com histórico de R$ 5,90 há 4 semanas. Para 2026, permaneceu em R$ 5,90, e para 2027 e 2028, em R$ 5,80 e R$ 5,82, respectivamente, com comparações variando.
- Selic (% a.a.): Para 2025, permaneceu em 14,75%, com histórico de 15,00% há 4 semanas. Para 2026 a 2028, valores estáveis em 12,50%, 10,50% e 10,00%, respectivamente, com comparações indicando estabilidade.
- A projeção de inflação (IPCA) para 2025 foi mantida em 5,50%, com estabilidade em 4,50% para 2026 e 4,00% para 2027, enquanto 2028 teve um leve aumento para 3,81%.
- O crescimento do PIB para 2025 subiu de 2,02% para 2,14%, indicando uma tendência de alta, enquanto permaneceu estável em 1,70% para 2026, 2,00% para 2027 e 2028.
- A taxa de câmbio para 2025 caiu de R$ 5,82 para R$ 5,80, com projeções estáveis para 2026 (R$ 5,90), 2027 (R$ 5,80) e 2028 (R$ 5,82).
- As expectativas para a taxa Selic em 2025 ficaram em 14,75%, com valores estáveis para 2026 (12,50%), 2027 (10,50%) e 2028 (10,00%).
- O relatório sugere um cenário básico de juristas, com expectativas de um ciclo mais gradual de cortes de juros nos próximos anos, especialmente para 2027 e 2028, com fixes sequenciais de 12,50%, 10,50% e 10,00%.
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