Pastor Henrique Vieira rebate Nikolas Ferreira e desmonta farsa golpista em defesa da democracia

Em um discurso contundente na Câmara dos Deputados, o pastor e deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ) respondeu às declarações do deputa...

Em um discurso contundente na Câmara dos Deputados, o pastor e deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ) respondeu às declarações do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que gaguejou ao tentar defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, recentemente tornado réu. Vieira desmantelou o que classificou como uma "farsa golpista", rebatendo ponto a ponto os argumentos apresentados e reafirmando a necessidade de defesa da democracia e da Constituição.

O embate teve início quando Nikolas Ferreira exaltou Bolsonaro como "o maior presidente da história do Brasil". Vieira, em sua réplica, destacou a contradição: "O único na Nova República que não conseguiu se reeleger, teve muitos votos a menos que Lula. Isso precisa ser dito". O pastor questionou a narrativa de vitimização bolsonarista, que acusa a esquerda de "defenestrar" quem pensa diferente, trazendo à tona uma frase atribuída a Bolsonaro: "É preciso fuzilar a petralhada". "Essa frase não é nossa. Eu defendo a integridade física e emocional de todas as pessoas. Fuzilar a petralhada é negar a dignidade do outro que pensa diferente", afirmou Vieira, enfatizando a incoerência do discurso de ódio.

O deputado também desafiou a imagem de "homem correto" atribuída a Bolsonaro por seus apoiadores. "Qual é a definição de retidão? Fraudar cartão de vacina, vender joias do Estado para apropriação individual, ter relação orgânica com milicianos? Esse é o sinal de retidão?", questionou, listando acusações que pesam contra o ex-presidente. Vieira ainda criticou a hipocrisia de quem defende "direitos humanos para todos", mas ao mesmo tempo proclama que "bandido bom é bandido morto". "Ou é uma coisa, ou é outra. É pura contradição", disparou.

O pastor dedicou parte de seu discurso a desconstruir a narrativa sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram o Congresso Nacional. "Qual era a pauta? Derrubar um governo legitimamente eleito. As pessoas estavam conscientemente defendendo isso, achando, de forma tristemente engraçada, que estava acontecendo algo legítimo", afirmou. Ele classificou o movimento como "flagrantemente golpista" e questionou: "Se esse governo fosse derrubado, qual seria o nome do regime? Bolsonaro é a pessoa que historicamente defende o regime de exceção, de tortura, de 64 a 85. É amante e filhote da ditadura".

Vieira encerrou sua fala com um apelo por justiça, destacando que, apesar de Bolsonaro ter garantido seu direito de defesa, "tudo aponta para uma trama golpista". "Tem que ser preso", concluiu, sob o argumento de que a democracia não pode tolerar ameaças à sua própria existência.

O discurso foi marcado por uma crítica afiada à intolerância e à ignorância que, segundo Vieira, mobilizam os apoiadores do ex-presidente. "Eles não conseguem escutar até o final porque são movidos pela raiva e pelo desrespeito", lamentou, reforçando seu compromisso com o diálogo e a verdade. A resposta do pastor foi amplamente vista como um desmonte das tentativas de reescrever a história recente do país, reafirmando os valores democráticos em um momento de polarização política.