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Guerra comercial entre EUA e China abre novas oportunidades para o Brasil, diz analista

Brasília/DF - 20.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 14.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio L...

Brasília/DF - 20.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 14.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, impulsionada pelas recentes medidas protecionistas do governo de Donald Trump, pode resultar em benefícios significativos para o Brasil. Segundo Wang Huiyao, ex-conselheiro econômico do Conselho de Estado da China e presidente do think tank Centro para China e Globalização (CCG), o país asiático tende a aumentar suas compras de produtos brasileiros como alternativa às tensões com os americanos.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Huiyao destacou que a China está disposta a buscar novos parceiros comerciais diante das tarifas adicionais impostas por Trump, que incluem uma taxa de 10% sobre todas as importações chinesas para os EUA. Essas medidas foram anunciadas como uma forma de pressionar a China a cooperar na suposta contenção do fluxo de drogas ilícitas.

Wang Huiyao, ex-conselheiro do Conselho de Estado da China - Imagem: Youtube/Reprodução

"Se houver atrito comercial, a China certamente comprará mais do Brasil e da América Latina. Com tarifas inclusive sobre outros países, os EUA vão empurrá-los para o comércio entre eles mesmos", afirmou o especialista.

Apesar das ações retaliatórias da China, que incluem taxas sobre carvão, petróleo e controle de exportação de minerais, Huiyao ressalta que o governo de Xi Jinping ainda busca um diálogo com os EUA. "Trump quer usar as tarifas para chamar a atenção para a mesa de negociações. Se esse é o propósito, acho que está bem. A China quer conversar e quer um diálogo com todos os países, para que não entremos numa guerra comercial, que não é sustentável", explicou.

Para o Brasil, essa nova dinâmica no cenário global pode representar uma valiosa oportunidade para ampliar suas exportações, especialmente em setores como commodities agrícolas, minerais e energia. O país já é um dos principais fornecedores de soja, carne e minério de ferro para a China, e uma mudança no fluxo comercial entre as duas maiores economias do mundo pode fortalecer ainda mais essa relação.

Florida/EUA - 17/12/2024 - Presidente eleito dos EUA Donald Trump diz que vai taxar produtos da China Brasil e Índia. Foto: RS/ FP

Huiyao também alerta para o impacto da política comercial de Trump, que busca "maximizar os interesses americanos" ao custo de outros países. No entanto, ele avalia que essa estratégia não é sustentável a longo prazo. "Essa política não tem como se manter por muito tempo", concluiu.

Enquanto as tensões entre Washington e Pequim persistem, o Brasil emerge como um dos protagonistas nesse novo cenário, podendo consolidar sua posição como um parceiro estratégico da China e fortalecer sua economia diante das turbulências globais.

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