Banco Central reduz taxa de juros em 0,50 ponto percentual

Pela 1ª vez em três anos, Banco Central corta taxa de juros; Selic vai a 13,25% ao ano. Foto: Emerson Tormann / Atualidade Politica

Decisão busca início do ciclo de afrouxamento monetário em meio a expectativas do mercado e governo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou uma decisão histórica ao cortar, pela primeira vez em três anos, a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com a redução, a taxa passa de 13,75% para 13,25% ao ano, atingindo o maior patamar desde janeiro de 2017. A medida foi amplamente aguardada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo governo, marcando o início do ciclo de afrouxamento monetário.

Dos nove membros do Comitê, cinco votaram a favor do corte de 0,50 ponto percentual, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O comunicado do Banco Central destacou a melhora do quadro inflacionário como motivo para a decisão, mas ressaltou o compromisso em manter uma política monetária contracionista para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante.

Economistas projetam Selic em 12% ao fim de 2023, enquanto investidores esperam cortes mais agressivos do Banco Central

Enquanto a redução da Selic busca impulsionar a economia, críticos apontam que o corte de 0,5% resulta em uma diminuição de cerca de R$21 bilhões na dívida pública. Esse valor é duas vezes maior do que o orçamento destinado ao programa Minha Casa Minha Vida para o ano. Especialistas afirmam que o pagamento dos juros e da amortização da dívida pública brasileira representam mais de 50% do orçamento público, tornando o país refém do imperialismo e limitando investimentos em áreas cruciais como educação, saúde e moradia.

Corte de 0,5% reduz dívida pública em R$21 bilhões, mas críticos afirmam que é insuficiente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vinham fazendo críticas aos altos juros no Brasil, reforçando a necessidade de um corte significativo na Selic. Enquanto economistas projetam a taxa em 12% ao fim de 2023, investidores no mercado financeiro esperam por cortes mais agressivos.

A decisão do Banco Central busca impulsionar o desenvolvimento econômico do país, mas a questão da dívida pública e a relação com o imperialismo continuam sendo temas de debate e desafios a serem enfrentados. A expectativa agora é de que a redução da Selic tenha efeitos positivos na economia brasileira, beneficiando a população e estimulando setores produtivos.