Sol, calor, umidade, vento e poluentes podem causar problemas de visão em crianças e adultos, mas é possível prevenir a maioria deles Verão ...
Sol, calor, umidade, vento e poluentes podem causar problemas de visão em crianças e adultos, mas é possível prevenir a maioria deles
Verão no Brasil é sinônimo de férias, praia, piscina e muito sol. A maioria das pessoas sabe que precisa usar fotoprotetores para a pele, mas se esquece que a saúde ocular também merece atenção redobrada nesse período. Isso porque, nos meses quentes e úmidos, os olhos ficam mais expostos aos raios solares ultravioleta (UVA e UVB) e a bactérias, vírus e fungos, em contato com águas do mar, piscina, rios e cachoeiras, vento, ar-condicionado, poeira e outros poluentes. Para aproveitar a estação mais esperada do ano, enxergando tudo com clareza, oftalmologistas do grupo Opty – com hospitais e clínicas oftalmológicas em todo o país – reuniram dicas preciosas para orientar adultos e crianças a apreciar o verão com segurança. Confira a seguir:
Problemas oculares comuns no verão
Uma queixa bastante comum no verão é a conjuntivite, inflamação da conjuntiva, fina membrana transparente que reveste o globo ocular e o interior das pálpebras. Essa condição pode ser alérgica, viral e bacteriana, com alto risco de contágio nos dois últimos casos, em locais com grandes aglomerações. “A conjuntivite viral é transmitida pelo mesmo vírus que do resfriado comum e se espalha rapidamente. Os principais sintomas são o olho avermelhado, irritado, lacrimejando, com sensação de areia, sensibilidade à luz e ardência. É imprescindível consultar um oftalmologista imediatamente”, alerta o Dr. Eduardo Rocha, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).
Estudos indicam que a exposição ao sol, sem proteção, por muitos anos, também eleva o risco de pinguécula (lesão amarelada e um pouco elevada que se forma no tecido superficial à esclera), pterígeo (formação indolor protuberante, geralmente benigna, na conjuntiva e que pode atingir a córnea), catarata precoce (opacificação do cristalino, a lente natural), degeneração da mácula (parte da retina responsável pela visão nítida, clara, em detalhes e a percepção das cores), tumores oculares e câncer na pele ao redor dos olhos. “Pinguécula e pterígio estão relacionadas à exposição prolongada a raios UV, ao vento ou à poeira, ao fumo e à água clorada. A segunda condição cresce lentamente, podendo se sobrepor à córnea e causar astigmatismo”, ressalta o especialista.
De acordo com o Dr. Eduardo, indivíduos com certas condições oculares devem ter ainda mais zelo com a visão na estação mais quente do ano. “Em pós-operatório recente (até 30 dias) de cirurgia de catarata, por exemplo, os pacientes devem ter cuidado redobrado com infecção. Precisam aplicar colírios antibióticos e anti-inflamatórios receitados, sair com óculos de proteção próprios para essa fase – com filtros e mais fechado, tanto na frente quanto nas laterais para evitar o excesso de iluminação. O ideal é evitar piscina e praia no pós-operatório”, orienta o oftalmologista. “Ter glaucoma não é empecilho para frequentar praia e piscina. No entanto, a pessoa não pode esquecer os colírios, a higiene e a proteção dos olhos na exposição ao sol”, adverte o dr. Rocha.
Cuidados básicos
A oftalmologista Joana de Farias, da EyeCenter Unique (Leblon e Barra da Tijuca na capital carioca) e especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) reforça a importância da utilização dos óculos de sol para evitar lesões nos olhos, especialmente na retina, área que capta os sinais luminosos e os envia ao cérebro, onde são geradas as imagens. Na hora de escolher o modelo, o critério é que ele tenha barreira contra os raios solares. O acessório precisa proporcionar pelo menos 98% de proteção. “Compre óculos em óticas de boa reputação, que vendem artigos de marcas originais. Ao usar óculos escuros, a pupila se dilata, portanto faz toda diferença optar por um modelo com certificação contra os raios UV. Uma dica: óculos com proteção UV 400 quer dizer que suas lentes inibem a entrada de comprimentos de onda menores que 400 nm/0 (nanômetros), o que incluem os raios UVA e UVB, invisíveis aos olhos. Em geral, os fabricantes aconselham trocar a cada dois anos, porém isso depende de como o usuário cuida dos seus óculos. Podem durar muito mais tempo”, aconselha.
O Dr. Cristian Santa Cruz, oftalmologista do DayHORC (do Grupo Opty, em Salvador, e fellow em córnea no Wills Eye Hospital (Estados Unidos) acrescenta ainda que usar chapéu, permanecer em ambientes com sombra, manter a higienização das mãos, evitar coçar ou tocar os olhos, não compartilhar maquiagem e nem usar esses produtos com prazo de vencimento expirado também são medidas fundamentais para manter a saúde dos olhos no verão. “Por causa do calor, muitas pessoas procuram lugares com ar-condicionado para se refrescar, mas é bom evitar longos períodos nesses ambientes, porque pode levar ao ressecamento ocular e à ceratite, uma lesão de córnea. E só aplique colírio lubrificante com a indicação do oftalmologista”, complementa.
Redobre a atenção com as crianças
A Dra. Cinthia R. Teló Sato, oftalmopediatra do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (do Grupo Opty, em Joinville-SC) destaca que alguns brinquedos em piscinas ou praias podem causar acidentes graves, como artigos que espirram água. “Se o jato for forte e atingir o olho, pode levar a uma emergência médica”, afirma.
A médica ressalta ainda que, depois de um dia na praia ou na piscina, é comum crianças apresentarem olhos vermelhos. Porém, no dia seguinte eles devem estar normais. “Se esse sintoma permanecer e surgirem outros, como coceira, irritação e acúmulo de secreção, procure um oftalmopediatra com urgência. Podem ser sinais de conjuntivite ou outro problema de visão”, avisa.
Aprenda a usar lentes de contatos com segurança
Usuários de lentes de contato precisam de precaução maior com higienização e armazenamento no verão, porque no calor e na umidade há maior proliferação de germes, lembra a oftalmologista Liane Iglesias, da Visclin Oftalmologia (do Grupo Opty em São Paulo). “Para limpeza e desinfecção das lentes, antes de tudo, deve-se lavar as mãos com sabonete bactericida e secá-las bem. Cada tipo de lente requer um produto próprio para limpá-las. Nunca aplique soro fisiológico, água boricada, saliva ou água corrente nas lentes. Essas substâncias não possuem agentes para lubrificar e desinfetar”, adverte a Dra. Liane.
Outra regra primordial para usuários de lentes de contato é evitar, sempre que possível, tomar banho, entrar no mar, em cachoeiras e rios com esses acessórios. Isso em razão de esse hábito aumentar o perigo de infecção ocular por microrganismos, podendo levar à cegueira em alguns casos. Além disso, o banho de mar desidrata o material das lentes, dificultando sua retirada dos olhos. “Assim como os óculos de sol, algumas lentes de contato oferecem proteção contra raios ultravioleta do sol. Deve-se selecionar modelos contra UV classe I (filtra 90% dos raios UVA) e UV classe II (bloqueia pelo menos 50% dos raios UVA e 95% dos raios UVB). Contudo, isso não significa renunciar aos óculos de sol! A exposição ao vento, à areia e a outras partículas no ar resseca e irrita os olhos.
Para manter a boa saúde ocular, em qualquer estação do ano, é essencial; além da consulta de rotina ao oftalmologista, praticar atividades físicas regularmente, ter sono reparador, controlar o estresse, não fumar e fazer alimentação balanceada. E atenção: caso sinta dor, coceira constante, olhos vermelhos, sensibilidade aumentada à luz e piora da visão, não se automedique. Consulte um oftalmologista.
Sobre o Opty
O Grupo Opty nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. O grupo aplica um novo modelo de gestão associativa que permite ampliar o poder de negociação, o ganho em escala e o acesso às tecnologias de alto custo, preservando a prática da oftalmologia humanizada e oferecendo tratamentos e serviços de última geração em diferentes regiões do País. Nesse formato, o médico mantém sua participação nas decisões estratégicas e concentra seu foco no exercício da medicina. Em cinco anos, a Opty soma mais de 12 milhões de atendimentos – entre consultas, exames e procedimentos cirúrgicos.
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