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A economia brasileira dá sinais claros de desaceleração, com retrações consecutivas em indicadores chave como o IBC-Br, considerado uma "prévia do PIB" pelo Banco Central. De acordo com análise econômica divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) em 16 de setembro, o índice registrou queda de 0,53% em julho na comparação com junho, ajustado sazonalmente, superando negativamente as expectativas do mercado, que previam recuo de 0,30%. Essa é a terceira contração seguida, reforçando um processo de arrefecimento mais consistente da atividade doméstica. Notícias recentes de veículos como o G1 e o Valor Econômico corroboram essa visão, destacando que o IBC-Br acumula tombo de 0,5% em julho, com recuos disseminados em setores como agropecuária (-0,8%), indústria (-1,1%) e serviços (-0,2%).
O comércio varejista, um dos pilares do consumo interno, também reflete essa perda de dinamismo. Dados do IBGE apontam para uma retração de 0,3% em julho, após ajustes sazonais, confirmando a fraqueza no varejo. Em contraste, o setor de serviços demonstra resiliência, com avanço de 0,3% no mês – a sexta alta consecutiva –, operando em níveis recordes e 18,5% acima do patamar pré-pandemia, segundo a FIEG. Reportagens do O Globo e da Folha de S.Paulo ecoam essa dualidade: enquanto o PIB do segundo trimestre cresceu apenas 0,4%, abaixo dos 1,3% do primeiro trimestre, a indústria projeta crescimento de apenas 1,7% em 2025, puxado para baixo pela transformação industrial. Analistas do Valor Econômico notam que essa desaceleração gradual é influenciada por um mercado de trabalho ainda aquecido, mas com ganhos salariais que perdem força, impactando diretamente o consumo e a produção industrial.
No front do emprego, a FIEG projeta uma taxa de desocupação de 5,6% no trimestre encerrado em julho, conforme a PNAD Contínua do IBGE, confirmando a melhoria contínua no mercado de trabalho apesar da desaceleração econômica. Dados divulgados hoje pelo IBGE validam essa estimativa: a taxa de desemprego caiu para 5,6%, o menor nível da série histórica iniciada em 2012, com veículos como G1, UOL e O Globo destacando o recorde de ocupação e a resiliência do emprego formal. No entanto, a análise da FIEG alerta que o aperto monetário já afeta a geração de postos, e veículos como a Folha ressaltam que o desemprego marcava 6,6% no trimestre anterior, sinalizando uma dinâmica própria do mercado de trabalho que pode renovar mínimas históricas no segundo semestre.
O cenário internacional agrava as preocupações para o setor industrial brasileiro. Na China, segunda maior economia global, a produção industrial cresceu 5,2% em agosto, o menor ritmo desde agosto de 2024, enquanto as vendas no varejo avançaram apenas 3,4% na comparação anual, ambas em desaceleração, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas chinês. A taxa de desemprego urbano subiu para 5,3%, reforçando o arrefecimento e aumentando chances de estímulos adicionais. Reportagens do G1 e do Valor Econômico ligam essa fraqueza chinesa à crise imobiliária e ao desemprego jovem, impactando cadeias globais que afetam exportadores brasileiros, como a indústria de commodities.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juros em 2,0% ao ano, refletindo um balanço delicado com inflação ligeiramente acima do esperado, limitando afrouxamentos monetários. Coberturas do Estadão e da CNN Brasil apontam que o BCE sustenta as taxas para combater riscos inflacionários, mas revisões em baixa para o crescimento (0,9% em 2025) ecoam preocupações com exportações e investimentos, afetando indústrias brasileiras dependentes do mercado europeu.
Nos Estados Unidos, embora a FIEG antecipe reforço na desaceleração com dados de produção industrial e varejo, os números de agosto surpreenderam positivamente: a produção subiu 0,1% (acima da projeção de -0,1%), e as vendas no varejo avançaram 0,6%, segundo o Federal Reserve e o Departamento de Comércio. Veículos como InfoMoney e CNN Brasil destacam essa recuperação modesta, impulsionada por veículos e mineração, mas alertam para riscos inflacionários que podem adiar cortes de juros pelo Fed, impactando fluxos de capital para emergentes como o Brasil.
Em meio ao pessimismo, uma nota positiva para o setor industrial brasileiro vem da mineração. A FIEG destaca negociações do governo dos EUA com a Orion Resource Partners para um fundo multibilionário de pelo menos US$ 1,2 bilhão (com aportes iniciais de US$ 600 milhões cada), focado em minerais críticos como cobre e terras raras. Essa iniciativa, reportada pelo Financial Times e Bloomberg, visa reduzir dependência da China e beneficia Goiás, rico em reservas estratégicas. Jornais como o Valor e o G1 veem potencial para atrair investimentos estrangeiros, ampliando a participação goiana em cadeias globais de transição energética e tecnologia, em linha com estratégias da União Europeia.
Especialistas consultados pela FIEG e por veículos como a Folha argumentam que, embora a desaceleração seja necessária para conter inflação e juros, ela impõe cautela ao Banco Central brasileiro. Projeções de mercado apontam para PIB de 2,16% em 2025, abaixo dos 3,4% de 2024, com o Ministério da Fazenda assimilando um "pouso suave" da economia. O desafio agora é equilibrar estímulos sem comprometer a estabilidade fiscal, enquanto o setor industrial busca adaptação em um contexto global volátil.
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