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Deputado Max Maciel fala sobre ativismo, políticas públicas e perspectivas para 2026

Distrital fala sobre atuação na CLDF, eleições 2026 e desafios do mandato em entrevista ao podcast Supera Brasília

"Não aceito reuniões secretas. Se tem algo a me dizer, que seja público. Política exige responsabilidade!"
"Não aceito reuniões secretas. Se tem algo a me dizer, que seja público. Política exige responsabilidade!" (Reprodução / Youtube)

"A periferia é o centro. Nós temos potência, mas precisamos de oportunidades. Minha missão sempre foi mudar a visão sobre Ceilândia e outras regiões carentes do DF"


Em entrevista ao podcast Supera Brasília, apresentado pelo jornalista Josiel Ferreira, o deputado distrital Max Maciel (PT-DF) compartilhou sua trajetória como ativista social, pedagogo e especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça pela UnB. Nascido e criado em Ceilândia, a maior região administrativa do Distrito Federal, Maciel destacou os desafios de seu mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), suas prioridades para 2025 e as perspectivas para as eleições de 2026.

Raízes em Ceilândia e o compromisso com a comunidade

Max Maciel, que se descreve como um "ceilandense de coração", enfatizou sua conexão com Ceilândia, onde ainda reside e mantém laços estreitos com a comunidade. "Eu continuo morando aqui, levo minha filha à escola pública, almoço na feira. Meu compromisso é com uma cidade boa para todos", afirmou. 

Ele destacou a responsabilidade de representar a região mais populosa do DF, onde foi eleito em 2022 com quase 36 mil votos, sendo o terceiro candidato mais votado para a CLDF.

O deputado reflete sobre a história de Ceilândia, marcada pela migração de candangos que construíram Brasília e foram realocados para áreas distantes do Plano Piloto. "Ninguém invadiu nada. As pessoas vieram com a promessa de emprego e uma carta de convite para construir a capital", disse, criticando a marginalização de regiões como Ceilândia, que já foi chamada de "caldeirão do diabo" ou "barril de pólvora". Para Maciel, a cidade tem mais potências do que problemas, e sua atuação busca valorizar essas qualidades.

Ativismo e transformação social pelo hip-hop

Com uma trajetória de 20 anos no movimento social, especialmente no hip-hop, Maciel destacou o potencial transformador dessa cultura. Ele citou a pesquisa que conduziu entre 2007 e 2010, publicada no livro Gangs e Gêneros: Donos de Rocha, Sujeitos Cabulosos, que analisou a organização de gangs no DF. 

Segundo ele, muitos jovens buscavam nas gangs poder, prestígio e reconhecimento social, necessidades que poderiam ser supridas por alternativas como o esporte, a música e a educação. Como resposta, Maciel idealizou projetos como o programa na Praça do Cidadão, em Ceilândia, que oferece oportunidades para jovens de 18 a 29 anos. "Quero qualificar a rua, não tirar ninguém dela", afirmou. 

Ele também anunciou o edital Hip Hop na Escola, que levará a cultura hip-hop para 40 escolas do DF, integrando-a ao ensino de disciplinas como português, história, matemática e física. "O hip-hop ensina a criar, a rimar, a entender formas geométricas no grafite. É uma ferramenta de transformação", defendeu.

Prioridades do mandato: transporte, educação e mobilidade urbana

Como presidente da Comissão de Transporte da CLDF, Maciel destacou a mobilidade urbana como uma prioridade. Ele celebrou a implementação do programa Tarifa Zero, que atribui a estudos de sua equipe, embora sem reconhecimento oficial do governo. "Eu sabia que era possível. Mostramos os números e pressionamos por isso", disse. Ele também mencionou a ampliação do horário do metrô aos domingos, de 19h para 21h30, como uma conquista de seu mandato.

Na educação, Maciel destinou mais de R$ 6 milhões em emendas parlamentares para escolas de Ceilândia, mas criticou a infraestrutura precária, com prédios antigos, quentes e sem acessibilidade. "Qual é o modelo de educação que queremos? Cada governo cria um, e isso precisa mudar", afirmou, defendendo uma política educacional unificada e de longo prazo.

O deputado também abordou a falta de equipamentos culturais e esportivos em Ceilândia, como um teatro ou um parque para grandes eventos. Ele propôs a criação de uma arena de eventos na área JK e a construção de uma pista de skate na Praça do Eucalipto, além de melhorias no Estádio Abadião, que enfrenta limitações impostas pelo Estatuto do Torcedor para competições de maior porte.

Luta pelos cobradores de ônibus

Questionado sobre a situação dos cobradores de ônibus, Maciel explicou que a CLDF tentou criar a figura do "agente de bordo" para requalificar a profissão, mas a iniciativa foi barrada judicialmente por ser de competência do Congresso Nacional. Ele cobrou do sindicato uma proposta clara para dialogar com o governo e evitar a extinção gradual do cargo. "Se não houver organização, as empresas vão parar de contratar cobradores. Defendo a Tarifa Zero, mas com geração de empregos, não excluindo os trabalhadores", afirmou.

Soberania alimentar e inclusão

Maciel também destacou a Lei 532/2024, de sua autoria, que institui o programa Cozinha Solidária no DF. A legislação, aguardando sanção, reconhece iniciativas comunitárias que produzem e distribuem alimentos gratuitamente, como as cozinhas do MTST e do MTD no Sol Nascente. "É diferente dos restaurantes comunitários. Aqui, a comunidade se organiza, e queremos apoiar com financiamento de baixo custo", explicou.

Na área da inclusão, o deputado apoia escolas especiais, como o Centro de Ensino Especial de Ceilândia e o de Altas Habilidades em Taguatinga. Ele também mantém uma intérprete de Libras em seu gabinete para garantir acessibilidade. "Pessoas com deficiência não são limitadas. Precisam de ruas acessíveis e oportunidades iguais", defendeu.

Perspectivas para 2026

Sobre as eleições de 2026, Maciel confirmou sua pré-candidatura à reeleição como deputado distrital, mas se colocou à disposição para outros cargos caso as pesquisas indiquem apoio popular. Ele defendeu a construção de uma frente ampla de esquerda, mencionando nomes como Leila do Volei para o Senado e Leandro Grass para o governo do DF. "Nosso desafio é sentar todos os partidos à mesa e construir um projeto coletivo", afirmou.

Reflexões sobre a política e a "mosca azul"

Maciel admitiu erros em seu mandato, como confiar demais em acordos políticos não cumpridos e falas na tribuna que poderiam ter sido mais moderadas. Ele enfatizou a importância da transparência e da disciplina para evitar a "mosca azul" — a tentação do poder. "Não dou carteirada, espero na fila, almoço no restaurante da CLDF como qualquer um. Minha essência é de Ceilândia, e quero manter o respeito da população", disse.

O deputado também criticou a falta de uma "mesa de concertação social" no DF, que unifique partidos, sindicatos e comunidades em torno de prioridades como saúde, educação e cultura. Ele comparou o DF ao Ceará, onde políticas de longo prazo, como a transposição de águas, foram mantidas independentemente de mudanças de governo.

Conexão com a população

Maciel finalizou convidando a população a acompanhar seu mandato pelas redes sociais (@maxmacieldf) e a enviar demandas por e-mail (dep.maxmaciel@cl.df.gov.br) ou pela Comissão de Transporte (ctm@cl.df.gov.br). Citando o poeta GOG, ele deixou uma mensagem: "O estudo é o escudo. Leia, capacite-se, batalhe, organize-se e venha."

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