MTEC Energia

O embate entre os ególatras Trump e Musk

Elon Musk prega o Estado Mínimo, mas suas empresas dependem de bilhões em contratos públicos. Hipocrisia neoliberal em ação.

Musk defende estado mínimo para os outros e máximo para ele (Fotos oficiais da Casa Branca por Joyce N. Boghosian)

Diferenças político-ideológicas, interesses contrariados ou pedofilia?


Por Marcelo Zero | Viomundo

O ególatra de extrema-direita Elon Musk é, como Milei, um defensor do Estado Mínimo, quase inexistente. Um anarquista econômico.

Porém, Elon Musk, como muitos grandes empresários, vive de recursos do Estado norte-americano, do contribuinte dos EUA.

Para Musk, o Estado tem de ser mínimo para os outros e máximo para ele. É sempre assim, mesmo para os mais “sinceros” neoliberais.

A SpaceX já recebeu US$ 22 bilhões em gastos federais, de acordo com a presidente e diretora de operações da SpaceX, Gwynne Shotwell.

Somente em 2024, pelo menos 25% da receita da SpaceX vieram de contratos federais, no valor de US$ 3,4 bilhões.

Dezenas de contratos com a NASA, o Departamento de Defesa e outras cinco agências governamentais devem pagar às empresas de Musk outros US$ 11,8 bilhões, nos próximos 2 anos.

Apenas a Starlink garantiu US$ 6 bilhões em contratos federais de 2022 a 2023, de acordo com o banco de dados de gastos do governo federal estadunidense. Saliente-se que a Starlink tem contratos com governos de muitos países, inclusive o do Brasil.

A Tesla, por sua vez, recebeu mais de US$ 11 bilhões em créditos regulatórios dos governos federal e estadual, de acordo com a análise do WaPo.

Isso inclui US$ 2,1 bilhões em fundos federais para desenvolver novos veículos elétricos e baterias, de acordo com o grupo de defesa Good Jobs First.

Desde 2014, cerca de um terço dos US$ 36 bilhões em lucros da Tesla provêm da venda de créditos regulatórios federais e estaduais para outras montadoras.

A Tesla também recebeu quase US$ 800 milhões dos Departamentos de Energia e do Tesouro desde 2007.

Enfim, sem esses contratos, empréstimos facilitados e incentivos fiscais, as empresas de Musk quebrariam. Sequer existiriam, à exceção do X, que ele comprou de outro empresário.

Claro está que não apenas as empresas de Musk se beneficiam desse papel. Estatal. Somente no ano fiscal de 2024, o governo federal dos EUA firmou contratos da ordem US$ 773 bilhões com empresas privadas dos EUA, principalmente na área da defesa, infraestrutura e aeroespacial. Isso não inclui, é claro, os gastos dos Estados e das municipalidades.

Os gastos do governo federal representam 23% do PIB dos EUA. Quando somamos os gastos dos Estados, a proporção sobe para 36%.

Em áreas estratégicas, como ciência e tecnologia, por exemplo, o papel do Estado se acentua mais. Cerca de 60% das pesquisas básicas científicas dos EUA são financiadas, diretamente ou indiretamente (via universidades, institutos etc.,), pelo governo federal.

Musk, em seus delírios e em sua ignorância, queria destruir o Estado que o criou e o sustenta.

Mas há motivos menos ideológicos para o embate de egos entre Trump e Musk. A preocupação essencial de Musk não é realmente com o aumento de gastos.

A legislação que Musk criticou tão violentamente corta o crédito tributário para veículos elétricos que ajuda montadoras como a Tesla. Até o final de abril, sua empresa havia gastado pelo menos US$ 240.000 em lobby, para manter esse crédito. Nos bastidores, Musk também defendeu a introdução da medida na legislação que foi aprovada, mas sem sucesso.

Musk também queria que a Administração Federal de Aviação (FAA) usasse seu sistema de satélites Starlink para o controle nacional de tráfego aéreo. Mas o governo se recusou a fazê-lo, devido ao óbvio conflito de interesses e por razões tecnológicas. “Não se pode ter o controle de tráfego aéreo simplesmente operando a partir de satélites”, asseguram os especialistas.

A gota d’água para Musk pareceu vir na noite de sábado, quando Trump anunciou abruptamente que estava retirando a nomeação de Jared Isaacman, um aliado de Musk, para o cargo de administrador da NASA.

Musk queria aparelhar a NASA, fonte da maioria de seus contratos bilionários, para lucrar mais e criar novos programas de seu interesse. Cortaram as suas asinhas, ou seus foguetinhos.

A ira de Musk provém, essencialmente, desses interesses contrariados. O Estado Máximo falhou com ele.

Já se Trump está envolvido na pedofilia de Epstein é outra questão. Uma questão de moralidade mínima.

* Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.

COMENTÁRIOS

CANAÃ TELECOM

TÉCNICO INDUSTRIAL$type=complex$count=8$l=0$cm=0$rm=0$d=0$host=https://www.etormann.tk

Carregar todos os posts Nenhum post encontrado Ver Tudo Mais Responder Cancelar resposta Deletar Por Início Pág. Posts Ver mais Relacionadas Marcador Arquivo BUSCAR Tudo Sua busca não encontrou nada Voltar Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez agora Há 1 minuto Há $$1$$ minutos Há 1 hora Há $$1$$ horas Ontem Há $$1$$ dia Há $$1$$ Semanas Há mais de 5 semanas Seguidores Seguir Este conteúdo está bloqueado Passo 1: Compartilhe em sua rede social Passo 2: Clique no link compartilhado para retornar Copiar todo o código Selecionar todo o código All codes were copied to your clipboard Can not copy the codes / texts, please press [CTRL]+[C] (or CMD+C with Mac) to copy Súmário