Leandro Grass propõe transformar o DF com foco em saúde, segurança, educação e cultura, criticando a má gestão atual em entrevista ao Raio X DF.
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Reprudução / Lumi TV |
Educação, economia e combate ao abandono estão na mira de Grass
Em uma entrevista concedida hoje ao programa Raio X DF, transmitido pelo canal Lumi TV no YouTube, Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), professor, sociólogo, gestor cultural e pré-candidato ao governo do Distrito Federal nas eleições de 2026, compartilhou suas visões e propostas para a capital. Durante o bate-papo, Grass abordou temas como a preservação do patrimônio cultural, os desafios da saúde, segurança e educação no Distrito Federal, além da necessidade de um projeto transformador para a cidade. A entrevista, realizada em Ceilândia, destacou a importância de ouvir a população e combater a sensação de abandono nas regiões administrativas.
Grass, que foi deputado distrital entre 2019 e 2022 e candidato ao governo do DF em 2022 pelo Partido Verde, com apoio do PT e outros partidos, enfatizou sua trajetória combativa e fiscalizadora. Ele criticou a gestão atual do governo local, apontando a falta de políticas públicas eficazes e a má administração de recursos, como os do Fundo Constitucional. O pré-candidato defendeu um projeto coletivo para 2026, baseado em propostas viáveis e na participação popular, com foco em resolver problemas crônicos como a violência, o colapso na saúde e a precariedade na educação.
Preservação do Patrimônio e Ocupação Popular
Como presidente do Iphan, Grass destacou o papel da instituição na preservação do patrimônio cultural e histórico do Brasil, com ênfase em Brasília, cidade tombada como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Ele anunciou projetos em andamento, como o restauro da Praça dos Três Poderes, que deve começar em julho, com melhorias no piso, iluminação, acessibilidade e segurança, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pela Lei Rouanet. Grass também mencionou iniciativas em Taguatinga, Paranoá e Ceilândia, como o resgate da memória taguatinguense e projetos de educação patrimonial nas escolas públicas.
"A Praça dos Três Poderes é o símbolo da democracia brasileira, mas hoje é um espaço inóspito. Estamos trabalhando para restaurá-la, com acessibilidade e segurança, para que a população a ocupe e celebre a democracia."
Grass reforçou que a preservação do patrimônio não é apenas responsabilidade do poder público, mas de toda a sociedade, conforme previsto na Constituição de 1988. Ele criticou a visão ultrapassada de que o tombamento é um obstáculo ao desenvolvimento, defendendo que a cultura pode ser uma ferramenta de geração de empregos e turismo. Sobre a Torre de TV, outro ponto turístico negligenciado, ele mencionou um projeto do GDF para revitalizar a feira local, em análise por um grupo técnico que inclui o Iphan.
"Brasília, como Patrimônio Mundial, é uma ferramenta poderosa para atrair investimentos e movimentar a economia. Precisamos valorizar nossa cultura e história para gerar empregos e orgulho."
Crise na Saúde e Segurança
Grass foi contundente ao abordar a crise na saúde pública do DF, descrevendo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGES) como um “duto de dinheiro público” que não cumpre seu contrato com a Secretaria de Saúde. Ele defendeu uma auditoria nos contratos do IGES desde 2019 e uma transformação gradual do modelo, com responsabilidade para não agravar o colapso. O pré-candidato propôs ampliar a atenção primária, com mais equipes de saúde da família, e zerar filas de cirurgias e exames por meio de parcerias com o setor privado e contratações de profissionais.
"A saúde do DF virou um balcão de negócios. Temos filas de 30 mil pessoas para cirurgias e exames. Vamos ampliar a atenção primária e fazer uma força-tarefa para zerar essas filas, com gestão séria."
Na segurança, Grass destacou o aumento da violência, especialmente contra mulheres, e a falta de estrutura das polícias. Ele propôs um sistema de monitoramento por câmeras, uso de inteligência artificial e tecnologia de reconhecimento facial, além de programas de prevenção e combate ao crime organizado. O pré-candidato também enfatizou a necessidade de cuidar da saúde mental dos policiais, que enfrentam altos índices de adoecimento.
"Brasília está no topo do ranking de feminicídio. Precisamos de câmeras, inteligência e firmeza contra a bandidagem, além de cuidar da saúde dos policiais para que protejam a população."
Educação e Desenvolvimento Econômico
Na educação, Grass defendeu a ampliação de vagas em creches, a expansão da educação integral e a oferta de ensino médio profissionalizante, para preparar jovens para o mercado de trabalho. Ele criticou a falta de investimento em novas escolas e a deterioração da infraestrutura existente, como salas superlotadas e sem ar-condicionado.
No campo econômico, Grass lamentou a alta taxa de desemprego no DF (quase 15%, o dobro da média nacional) e propôs incentivar a economia criativa, a biotecnologia e a agricultura familiar. Ele também criticou a falta de acesso a crédito para microempreendedores e a tributação elevada sobre a cesta básica, sugerindo uma reforma tributária local para taxar grandes patrimônios e aliviar os mais pobres.
Combate ao Abandono das Regiões Administrativas
Grass abordou a sensação de abandono em regiões como Ceilândia, Samambaia e Planaltina, contrastando com o cuidado dispensado ao Plano Piloto. Ele defendeu investimentos em infraestrutura, transporte público, equipamentos culturais e zeladoria para promover dignidade e pertencimento à população.
O pré-candidato criticou obras focadas em viadutos e asfalto, que não resolvem problemas estruturais como engarrafamentos e enchentes, e defendeu a ampliação do metrô, a implementação do BRT e a tarifa zero no transporte público. Grass também destacou a importância de equipamentos culturais, como o Centro Cultural de Ceilândia, ainda não construído, para fomentar a felicidade e o bem-estar.
Um Projeto Coletivo para 2026
Grass reforçou que sua pré-candidatura não é individual, mas parte de um projeto coletivo que envolve lideranças, partidos e entidades. Ele convidou a população a participar do debate e acompanhar suas propostas pelas redes sociais, enfatizando a necessidade de união para derrotar a má gestão e construir uma Brasília modelo.
A entrevista, conduzida por Clemilton Saraiva, foi marcada por perguntas do público, como a de Aíton Miranda, que pediu fiscalização de obras em Ceilândia. Grass prometeu seriedade na gestão, com licitações transparentes e obras que atendam às necessidades da população.
Com um discurso centrado na transformação e na crítica à atual administração, Leandro Grass se posiciona como uma alternativa para 2026, prometendo enfrentar os desafios do DF com coragem, gestão séria e participação popular.
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