O Futuro da Indústria Brasileira passa por investimento em Técnicos Industriais e Reforma Tributária

Investir em técnicos industriais é essencial para dobrar o PIB per capita até 2050, reduzindo desigualdades e impulsionando a indústria nacional.

Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

Investir em técnicos industriais e na reforma tributária é essencial para dobrar o PIB per capita até 2050, reduzindo desigualdades e impulsionando a indústria nacional

Em um evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em 31 de março de 2025, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou uma meta ambiciosa: dobrar o PIB per capita do Brasil até 2050, com foco na redução das desigualdades e no aumento da renda individual. A declaração, feita durante a discussão da Estratégia Brasil 2025-2050, reforça a necessidade de um planejamento de longo prazo que una governo, setor privado e sociedade. Para que esse objetivo se concretize, dois pilares se destacam como fundamentais para o crescimento sustentável da indústria nacional: o investimento na qualificação de técnicos industriais e os benefícios de uma reforma tributária bem estruturada.

A indústria brasileira enfrenta desafios crônicos que limitam sua competitividade, como a baixa produtividade e a escassez de mão de obra qualificada. Dados recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que a confiança empresarial, embora oscilante, reflete a urgência de modernização do setor. Nesse contexto, os técnicos industriais são peças-chave. Profissionais capacitados em áreas como automação, manutenção de máquinas e processos produtivos sustentáveis podem elevar a eficiência das fábricas, reduzir custos e atender às demandas de uma economia cada vez mais tecnológica. Federações de Indústria, por exemplo, já promovem iniciativas de formação, mas o alcance ainda é insuficiente. Ampliar esses investimentos, com parcerias público-privadas, é essencial para preparar a força de trabalho para os desafios do futuro, alinhando-se à visão de prosperidade defendida por Tebet e pelo presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva.

Paralelamente, a reforma tributária surge como um catalisador para o crescimento industrial. A alta carga tributária, frequentemente criticada por entidades como a FIEG, FIESP e a FIRJAN, onera as empresas e desestimula investimentos. Uma reforma que simplifique o sistema, reduza impostos sobre a produção e promova incentivos fiscais para inovação pode liberar recursos para a capacitação de técnicos e a modernização de plantas industriais. Durante o evento, Josué Gomes destacou a importância de segurança jurídica e planejamento de longo prazo, elementos que uma reforma tributária bem desenhada pode oferecer. Com menos burocracia e custos menores, as indústrias ganhariam fôlego para competir globalmente, contribuindo para o aumento do PIB per capita e a redução das desigualdades regionais, como frisado pela ministra.

Os benefícios são claros: técnicos qualificados impulsionam a produtividade, enquanto uma tributação mais justa estimula o investimento. Juntos, esses fatores podem transformar o Brasil em uma das cinco maiores economias do mundo até 2050, como projetou Gomes, mas com um diferencial — uma prosperidade que alcance as pessoas, não apenas os números. Para isso, é preciso agir agora. O planejamento de longo prazo defendido por Tebet deve priorizar a educação técnica e a desoneração do setor produtivo, transformando a “carta náutica” do governo em um roteiro concreto para o fortalecimento da indústria e o bem-estar da sociedade brasileira.