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Governadores mostram descompasso com o povo ao resistirem a zerar ICMS da cesta básica

Tarcísio diz que 'fez dever de casa' ao reduzir impostos da cesta básica e cobra ação da União, mas Haddad rebate e afirma que '...

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro criticaram o pleito da União e dizem que não irão atender ao pedido do governo federal
Tarcísio diz que 'fez dever de casa' ao reduzir impostos da cesta básica e cobra ação da União, mas Haddad rebate e afirma que 'isenção total é fake news'". Jorjinho Melo, governador de Santa Catarina, questiona se o “buraco” será coberto por um repasse da União. Ibaneis Rocha (DF) disse que não atenderá ao pedido do governo federal, argumentando que a iniciativa é uma 'jogada política' e não uma solução eficaz para o problema da inflação dos alimentos - Fotos: Divulgação

Governo federal avalia que medida seria a de maior impacto para reduzir inflação dos alimentos, mas estados resistem


Enquanto o governo federal tenta conter a inflação dos alimentos com medidas como a redução de tarifas de importação e a desoneração de tributos, alguns governadores — em especial aliados de Jair Bolsonaro — insistem em dificultar o caminho, exigindo compensações financeiras para zerar o ICMS sobre itens essenciais. A atitude revela não apenas miopia política, mas também um desprezo inaceitável pela população que sofre com os preços abusivos no supermercado.  

O Planalto identificou a isenção total do ICMS sobre a cesta básica como a medida mais eficaz para aliviar o bolso dos brasileiros. Projeções do Ministério da Fazenda indicam que a medida poderia reduzir a inflação de alimentos em quase 3 pontos percentuais, um alívio significativo para famílias que hoje precisam escolher entre comer e pagar contas. No entanto, a maioria dos estados resiste.  

Bolsonaristas na contramão

Governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC) e Ibaneis Rocha (DF) — todos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro — estão entre os que mais se opõem à medida sem compensação. Santa Catarina, por exemplo, cobra 12% de ICMS sobre café, açúcar e manteiga, enquanto o Distrito Federal chega a taxar o feijão e o pão francês com alíquotas escorchantes de 20%.

O Distrito Federal não apenas mantém alíquotas altas, como prorrogou até 2027 a cobrança de pelo menos 7% de ICMS sobre a cesta básica, conforme a Lei nº 7.371/2023, sancionada pela governadora em exercício Celina Leão.

A medida do GDF vai na contramão do apelo federal e mantém taxações sobre itens essenciais como carne, leite, arroz e feijão — alguns dos quais chegam a ser cobrados a 20% no DF. Enquanto o governo Lula pressiona por alívio imediato, a gestão de Ibaneis Rocha prefere garantir receita em vez de aliviar o custo de vida da população.

A justificativa? Alegam que a desoneração criaria um "buraco" nas contas estaduais. No entanto, esquecem-se de que o governo federal já zerou seus próprios impostos sobre a cesta básica e que a Reforma Tributária, aprovada no ano passado, prevê a isenção total desses produtos a partir de 2027. Se há um momento para antecipar esse benefício, é agora, quando milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para colocar comida na mesa.

Caiado é alvo de críticas após se opor a redução do ICMS e atacar medidas de Lula contra carestia

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), tornou-se alvo de duras críticas nas redes sociais após se posicionar contra as medidas do governo federal para reduzir os preços dos alimentos e, ao mesmo tempo, resistir a cortar o ICMS estadual sobre itens da cesta básica.

Caiado é humilhado nas redes após atacar ações de Lula para baixar preço dos alimentos. Foto: Wesley Costa
Caiado é humilhado nas redes após atacar ações de Lula para baixar preço dos alimentos. Foto: Wesley Costa

A reação dos internautas foi imediata e contundente. Usuários questionaram duramente a credibilidade do governador, especialmente por ele não ter reduzido o ICMS sobre alimentos da cesta básica em Goiás. Comentários destacaram a contradição em sua fala, com internautas sugerindo que Caiado está mais preocupado com interesses setoriais do que com o impacto econômico na população.

Um dos comentários mais significativos declarou: "Parabéns, você acabou de perder o meu voto para 2026", sinalizando que a postura do governador pode ter consequências políticas significativas para suas ambições presidenciais.

A polêmica evidencia o atual debate sobre estratégias de combate à inflação de alimentos, com Caiado na contramão das iniciativas federais que buscam reduzir o custo da alimentação para a população brasileira.

Hipocrisia fiscal

O mais revoltante é a tentativa de alguns governadores de transformar um gesto necessário em mocha de barganha. Enquanto o ministro Fernando Haddad pressiona por uma solução imediata, figuras como Jorginho Mello exigem que a União cubra eventuais perdas — como se alimentar o povo fosse um favor, e não uma obrigação do Estado.

Enquanto isso, apenas dois estados — Bahia e São Paulo — adotam alíquotas zero na maior parte dos itens essenciais. A diferença mostra que, quando há vontade política, a medida é perfeitamente viável.  

O preço da ganância

Enquanto governadores bolsonaristas arrastam os pés, o povo paga a conta. Estudos da FGV mostram que apenas 13% dos cortes de ICMS chegam de fato ao consumidor, em parte porque intermediários e varejistas nem sempre repassam os descontos. Mas isso não é desculpa para manter impostos altos. Pelo contrário: é motivo para que os estados fiscalizem e garantam que os preços caiam.

Se há algo que a crise atual escancarou, é a falta de solidariedade de certos líderes estaduais. Enquanto o Planalto tenta agir, eles preferem o conforto do discurso fácil à responsabilidade de governar. O resultado? O Brasil continua refém da inflação, e os mais pobres, reféns da ganância de quem deveria protegê-los.

É hora de os governadores assumirem sua parte no combate à carestia. Ou será que vão esperar até 2027, quando a lei os obrigará a fazer o que já deveriam ter feito hoje?

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