Local autorizado e seguro: Verifique se a clínica possui licença sanitária antes de realizar qualquer procedimento estético.
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Profissional qualificado: Escolha um especialista com formação adequada para evitar riscos à saúde (Imagem de wavebreakmedia_micro no Freepik) |
Produtos aprovados pela Anvisa: Garanta que os produtos utilizados no procedimento sejam registrados e seguros
Nos últimos anos, os procedimentos estéticos têm se tornado cada vez mais populares, motivados por um desejo crescente de melhorar a autoestima e atender aos padrões de beleza. No entanto, a busca pela perfeição estética tem levado muitas pessoas a recorrerem a profissionais não qualificados, o que resulta em sérios danos à saúde.
Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando um dentista realizando um procedimento invasivo na cintura de uma mulher no Acre. O Conselho Regional de Odontologia (CRO) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) prontamente se manifestaram, destacando a gravidade da situação. Procedimentos invasivos realizados por profissionais sem habilitação podem causar complicações severas e colocar em risco a vida dos pacientes.
O caso de Isadora Milhomem, uma médica que sofreu queimaduras de segundo grau após um procedimento estético, é um exemplo alarmante dos perigos que esses tratamentos podem representar. Isadora, que buscava melhorias estéticas em sua pele, agora enfrenta uma recuperação longa e dolorosa, tendo que usar uma máscara por seis meses.
Esses episódios não são isolados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem intensificado as operações de fiscalização em clínicas estéticas de todo o país. Durante as inspeções, foram encontrados produtos sem registro, itens vencidos e equipamentos injetáveis reutilizados, revelando um cenário preocupante de negligência e falta de higiene em muitos estabelecimentos.
A popularização dos procedimentos estéticos minimamente invasivos também exige cuidados redobrados. Apesar de serem considerados menos arriscados, esses tratamentos ainda podem provocar insatisfação e riscos à saúde se realizados por pessoas não qualificadas. A busca por preços mais baixos e a pressa em alcançar resultados rápidos acabam colocando muitos pacientes em situações de perigo.
Especialistas alertam que a segurança deve ser a prioridade máxima ao considerar qualquer procedimento estético. É essencial verificar se o profissional é devidamente qualificado e registrado em seu respectivo conselho de classe, além de escolher estabelecimentos que sigam as normas de higiene e segurança estabelecidas pela Anvisa.
A estética não deve ser alcançada à custa da saúde. A sociedade precisa estar ciente dos riscos envolvidos e valorizar a formação e a habilitação dos profissionais da área de estética para garantir que os procedimentos sejam realizados de forma segura e eficaz. Afinal, a busca pela beleza deve ser um caminho para a autoestima e o bem-estar, e não uma jornada marcada por riscos e arrependimentos.
Ao considerar um procedimento estético, é essencial verificar se o estabelecimento tem licença para oferecer serviços de saúde estética. Para isso, verifique se a clínica, consultório ou salão possui licença ou alvará sanitário, consultando a vigilância sanitária da sua cidade em caso de dúvidas.
Além disso, certifique-se de que os produtos utilizados são aprovados pela Anvisa, pedindo informações detalhadas sobre o produto, incluindo ingredientes e data de validade.
Por fim, escolha um profissional qualificado, comprovando sua formação por meio de certificados de treinamento, cursos técnicos, graduação ou especializações. Esses cuidados são fundamentais para garantir sua segurança e a qualidade dos procedimentos estéticos realizados.
Fiscalização da Anvisa e Vigilância Sanitária autua irregularidades
A Vigilância Sanitária do Distrito Federal e a Anvisa realizaram operações em clínicas de estética no DF, onde detectaram o uso incorreto e sem registro da substância PMMA, resultando em autuações. Um estabelecimento foi parcialmente interditado devido à falta de licenciamento sanitário, produtos vencidos e descarte inadequado de resíduos. A ação contou com cerca de 50 fiscais e foi parte de uma operação maior, a "Estética com Segurança", que também abrangeu outras cidades brasileiras.
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Inspeção em clínicas de estética do DF flagrou irregularidades como ausência de licença sanitária e a presença de medicamentos vencidos | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF |
As inspeções revelaram irregularidades como ausência de licença sanitária, produtos sem registro ou vencidos e falta de responsável técnico. A substância PMMA, utilizada em procedimentos estéticos e odontológicos, pode causar sérios riscos à saúde se usada de forma inadequada, incluindo lesões e até morte.
A Anvisa interditou oito clínicas de estética em Belo Horizonte (3), Brasília (1), Goiânia (1) e no estado de São Paulo (3) devido a irregularidades graves. As inspeções, parte da operação "Estética com Segurança", detectaram problemas como:
- Falta de procedimentos e protocolos para a segurança do paciente;
- Ausência de prontuário, dificultando a investigação de eventos adversos;
- Falta de plano de gerenciamento de resíduos;
- Falhas na limpeza e esterilização de equipamentos;
- Ausência de pias e dispensadores de álcool para a higiene das mãos;
- Descarte incorreto de seringas;
- Produtos vencidos e uso de cosmético injetável proibido;
- Mofo e infiltração.
A operação, feita em parceria com os serviços de vigilância sanitária estaduais e municipais, também inspecionou fornecedores de dispositivos médicos. A Anvisa destacou que a escolha dos estabelecimentos foi motivada por denúncias de usuários e pelo alto nível de inserções publicitárias das marcas.
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O uso incorreto de substâncias como PMMA pode levar à morte do paciente | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF |
Denúncias e dados da Anvisa mostram que uma grande parte das reclamações em 2023 estava relacionada a serviços de estética. A Vigilância Sanitária orienta a população a verificar se os estabelecimentos possuem alvará e licença válidos, além de conferir a credencial dos profissionais e a regularidade dos produtos utilizados.
Os cidadãos podem requisitar a fiscalização de serviços de estética no DF por meio dos canais de atendimento da ouvidoria. Os agentes da Vigilância Sanitária estão autorizados a apreender produtos irregulares e a autuar estabelecimentos que não cumpram as normas, aplicando penalidades que vão de advertências a interdições.
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Estética com segurança: operação fiscaliza clínicas de estética - 12/02/2025 - Ação coordenada pela Anvisa com Vigilâncias Sanitárias locais identificou uma série de problemas em todas as clínicas inspecionadas.
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Anvisa alerta sobre os perigos na utilização de câmaras de bronzeamento artificial - 03/01/2025 - Os danos causados pela exposição aos raios ultravioleta (UV-B) geralmente não são percebidos de imediato, mas se manifestam anos depois com graves prejuízos para a saúde.
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