Cúpula de chefes de Estado do Brics será em julho no Rio de Janeiro
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O Rio de Janeiro foi anunciado como sede da reunião de cúpula dos chefes de Estado do Brics, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho deste ano - Foto: Ricardo Stuckert / PR |
Encontro foi marcado para os dias 6 e 7 do mês
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que a próxima cúpula do BRICS ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho de 2025, na cidade do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em sua conta na rede social X (antigo Twitter). O Brasil assumiu a presidência do bloco no dia 1º de janeiro deste ano, marcando o início de um novo ciclo de discussões e cooperação entre os países membros.
O BRICS, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se recentemente com a inclusão de Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia. Além disso, o bloco conta com nove países parceiros, incluindo a Nigéria, que foi oficialmente integrada ao grupo, conforme informou o Itamaraty. A decisão reforça a crescente influência do BRICS no cenário global, especialmente em meio a debates sobre a criação de alternativas ao dólar americano no comércio internacional.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez um discurso ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para anunciar a cidade como sede da Cúpula do BRICS em 2025. Ele destacou que será um grande prazer receber os chefes de Estado dos 20 países membros do BRICS e parceiros1. Vieira mencionou que a cúpula discutirá temas estratégicos como a ampliação do comércio entre os membros sem uso do dólar, o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e a agenda de financiamento climático.
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O anúncio foi feito pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em uma publicação nas redes sociais neste sábado (15) - Imagem: Divulgação / Redes Sociais |
Além disso, Vieira afirmou que o encontro acontecerá em um momento de crescentes tensões com os Estados Unidos, especialmente com as ameaças de tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Ele reforçou o compromisso do BRICS com uma ordem global multipolar e criticou o unilateralismo e a ascensão do extremismo2.
A escolha do Rio de Janeiro como sede da cúpula de 2025 destaca a importância estratégica do Brasil no bloco e a intenção de promover discussões sobre temas como desenvolvimento sustentável, cooperação econômica e reformas no sistema financeiro internacional. A cidade, conhecida por sua diversidade cultural e econômica, servirá como palco para debates que podem definir os rumos do BRICS nos próximos anos.
A Prefeitura do Rio criou o Comitê Rio BRICS, que será responsável pela elaboração do “Calendário BRICS Rio”, reunindo as iniciativas e atividades até o final de 2025. O Comitê também participará de fóruns, comitês e comissões organizados por diversas esferas do governo e da sociedade civil, nacionais e internacionais, abordando questões do BRICS.
Contexto internacional e desafios
O anúncio ocorre em um momento de tensões geopolíticas, especialmente após declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que questionou a relevância do BRICS e criticou os planos do bloco de criar uma moeda alternativa ao dólar. Trump afirmou que o grupo foi criado com "objetivos ruins", o que gerou reações de líderes e parlamentares dos países membros.
Alexei Chepa, deputado russo, sugeriu que os Estados Unidos estão pressionando o BRICS para proteger a hegemonia do dólar no mercado financeiro global. No entanto, ele destacou que os esforços de Washington não devem surtir efeito, uma vez que o bloco continua a crescer e a fortalecer suas relações bilaterais e multilaterais. "Os cálculos em moedas nacionais não serão proibidos, assim como as relações equitativas e mutuamente benéficas entre os países", afirmou Chepa.
Expansão e futuro do BRICS
A inclusão da Nigéria como país parceiro do BRICS reforça a diversidade geográfica e econômica do grupo, que busca ampliar sua influência além dos membros fundadores. Além da Nigéria, outros países como Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão também fazem parte da lista de nações associadas.
A cúpula de 2025 no Rio de Janeiro será uma oportunidade para discutir não apenas a expansão do bloco, mas também temas como a criação de mecanismos de comércio e investimento que reduzam a dependência do dólar. Além disso, espera-se que o evento promova diálogos sobre questões globais urgentes, como mudanças climáticas, segurança energética e inovação tecnológica.
Enquanto isso, o BRICS continua a se consolidar como uma força relevante no cenário internacional, desafiando estruturas tradicionais de poder e propondo novas formas de cooperação entre nações emergentes. A cúpula do Rio de Janeiro promete ser um marco nessa trajetória, reforçando o papel do Brasil como um ator chave no bloco e no mundo.
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