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Porquê o Banco Central do Brasil é responsável pela inflação?

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Brasília (DF) 19/12/2024 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo durante apresentação do relatório de Inflação do 4º trimestre - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF) 19/12/2024 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo durante apresentação do relatório de Inflação do 4º trimestre - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os brasileiros frequentemente associam a inflação ao comportamento do Banco Central do Brasil (BCB) por diversos motivos, baseados tanto em economia quanto em percepção pública:
  1. Política Monetária: O BCB é responsável por definir a taxa básica de juros (Selic), que influencia diretamente a inflação. Quando o Banco Central aumenta a Selic, ele encarece o crédito e desestimula o consumo, ajudando a conter a inflação. Quando reduz a Selic, ele incentiva o consumo e pode aumentar a inflação. Portanto, as ações do BCB são vistas como um mecanismo direto de controle inflacionário.
  2. Expectativas do Mercado: O comportamento do BCB impacta as expectativas dos mercados financeiros e da população. Se o Banco Central é percebido como eficaz no controle da inflação, isso fortalece a confiança no controle dos preços. Por outro lado, decisões consideradas inadequadas podem gerar desconfiança e provocar um aumento nas expectativas inflacionárias.
  3. Credibilidade: A credibilidade do BCB é fundamental para manter a inflação sob controle. Se o Banco é visto como comprometido em alcançar suas metas de inflação, isso contribui para ancorar as expectativas e evitar a escalada de preços.
  4. Comunicação e Transparência: A forma como o BCB comunica suas decisões e sua transparência em relação aos motivos e objetivos dessas decisões também impactam a percepção da inflação. Uma comunicação clara e transparente pode ajudar a alinhar as expectativas do mercado e da população com as ações do Banco Central.
Essa interconexão entre as ações do Banco Central e a inflação mostra a importância de uma política monetária bem conduzida e de uma comunicação eficaz para manter a estabilidade econômica.

Controle cambial e a cotação do dólar 

O Banco Central tem influência direta sobre a cotação do dólar e de outras moedas estrangeiras através de suas políticas monetárias e intervenções no mercado cambial. Aqui estão alguns pontos principais:
  1. Taxa de Juros (Selic): Quando o BCB aumenta a taxa Selic, torna os ativos brasileiros mais atraentes para investidores internacionais, resultando em uma entrada de capital estrangeiro e uma valorização do real em relação ao dólar. Por outro lado, uma redução na Selic pode levar a uma saída de capital e à desvalorização do real.
  2. Intervenções Cambiais: O BCB pode realizar operações de câmbio no mercado para influenciar a cotação do dólar. Por exemplo, se o BCB vender dólares no mercado, aumenta a oferta da moeda e pode contribuir para a desvalorização do real. Se o BCB comprar dólares, reduz a oferta e pode fortalecer o real.
  3. Comunicação e Expectativas: A comunicação do BCB sobre suas expectativas e metas de política monetária também impacta a cotação do dólar. Se o mercado acredita que o BCB será eficaz em controlar a inflação, isso pode fortalecer o real. Por outro lado, se há desconfiança nas políticas do BCB, isso pode enfraquecer o real.
  4. Cenário Econômico Global: Embora o BCB tenha influência significativa, ele também precisa considerar o cenário econômico global. Fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos e a especulação no mercado de câmbio, também afetam a cotação do dólar.
Esses mecanismos mostram como o BCB pode usar suas ferramentas para tentar manter a estabilidade cambial e influenciar a cotação do dólar e de outras moedas estrangeiras.

Presidente Lula e a pressão sobre o BCB

O presidente Lula tem pressionado o Banco Central do Brasil (BCB) para baixar a taxa de juros, principalmente a Selic, por algumas razões importantes:
  1. Estimular o Crescimento Econômico: Lula acredita que uma taxa de juros mais baixa pode incentivar o investimento e o consumo, ajudando a impulsionar a economia brasileira. Ele argumenta que a taxa de juros atual, que é uma das mais altas do mundo, está inibindo o crescimento econômico.
  2. Reduzir o Custo do Crédito: Com uma taxa de juros mais baixa, o custo do crédito para empresas e consumidores diminui. Isso pode facilitar o acesso a empréstimos e financiamentos, estimulando a atividade econômica e ajudando a reduzir o desemprego.
  3. Combater a Inflação: Embora a taxa de juros alta seja uma ferramenta para controlar a inflação, Lula e sua equipe econômica acreditam que a inflação atual não é causada por excesso de demanda, mas por outros fatores, como problemas na cadeia de suprimentos e aumento dos preços de commodities. Portanto, eles defendem que a redução da taxa de juros não necessariamente aumentaria a inflação.
  4. Aliviar a Pressão sobre as Famílias: A alta taxa de juros impacta diretamente o custo de vida das famílias brasileiras, especialmente no que diz respeito ao crédito pessoal e ao financiamento de bens de consumo. Reduzir a taxa de juros pode aliviar essa pressão e melhorar a qualidade de vida da população.
Esses pontos refletem a visão do presidente Lula sobre a necessidade de uma política monetária mais flexível para enfrentar os desafios econômicos do Brasil.

Posicionamento do presidente do Banco Central sobre a inflação

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem adotado uma postura firme diante da inflação. Em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ele atribuiu o estouro da meta de inflação em 2024 a fatores como o forte crescimento da atividade econômica, questões climáticas e a depreciação cambial.

Galípolo destacou que o Banco Central está tomando medidas para controlar a inflação, incluindo o aumento da taxa de juros (Selic) em 1 ponto percentual, levando a taxa a 12,25% ao ano, com previsão de mais ajustes na reunião do Copom em janeiro e março de 2025.

Ele também mencionou que a seca e o ciclo do boi contribuíram para a alta dos preços de alimentos, especialmente carne e leite. Galípolo enfatizou que o Banco Central está comprometido em trazer a inflação de volta aos limites estabelecidos.

Inflação nos primeiros dias de 2025

No início de 2025, a prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, desacelerou para 0,11% em janeiro, marcando o menor índice para esse mês desde o início do Plano Real em 1994. Esse resultado reflete uma desaceleração em relação a dezembro de 2024, quando o índice foi de 0,34%.

A desaceleração deve-se principalmente à queda nos custos de habitação, impulsionada pela redução nas contas de luz, enquanto os preços de alimentos e passagens aéreas continuam pressionando a inflação. No acumulado dos últimos doze meses, a inflação atingiu 4,5%, o limite máximo da meta do governo.

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