Brasil define critérios para novos membros do BRICS

Com a entrada da Indonésia, BRICS se torna ainda mais diverso e representativo dos interesses dos países em desenvolvimento.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, à esquerda, o presidente da China, Xi Jinping, segundo à esquerda, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da direita para a esquerda, durante a sessão plenária da reunião do BRICS- Foto: Alexei Danichev/Agência Photohost brics-russia2024.ru

Expectativa é que nove novos países ingressem no bloco em 2025

O governo brasileiro, atual presidente do grupo BRICS, divulgou nesta quinta-feira os principais critérios para que um país possa se tornar membro do bloco. Entre os requisitos estão a rejeição de sanções unilaterais e o compromisso com a reforma das instituições internacionais.

De acordo com um comunicado oficial, os aspirantes a membros do BRICS devem atender aos seguintes critérios: manter relações diplomáticas estáveis com todos os membros do grupo, opor-se à imposição de sanções sem a devida autorização do Conselho de Segurança da ONU e comprometer-se com a reforma da governança global.

A declaração enfatiza que a adesão ao BRICS exige alinhamento com os princípios do bloco, que incluem a promoção da multipolaridade e a defesa de um sistema internacional mais justo e equitativo.

A coordenadora geral da presidência brasileira do BRICS, Paula Barbosa, destacou a importância do bloco para o Brasil e para o mundo. "O BRICS tem um papel fundamental na geopolítica global e representa uma força significativa na economia, comércio e energia mundial", afirmou.

Com a adesão da Indonésia, o BRICS passa a contar com dez membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.

O ministro das Relações Exteriores da Indonésia Sugiono faz sua primeira declaração anual à imprensa em Jacarta em 10 de janeiro de 2025. Ao fundo, há uma foto da família do BRICS em sua cúpula de Kazan em 24 de outubro de 2024. (Foto cortesia do Ministério das Relações Exteriores)

“O governo brasileiro saúda o governo indonésio por seu ingresso no Brics. Detentora da maior população e da maior economia do Sudeste Asiático, a Indonésia partilha com os demais membros do grupo o apoio à reforma das instituições de governança global e contribui positivamente para o aprofundamento da cooperação do Sul Global, temas prioritários para a presidência brasileira do Brics”, informou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil.

Em nota, o governo da Indonésia agradeceu o papel do Brasil e da Rússia para seu ingresso no grupo, destacando que a aliança reflete a atuação cada vez mais ativa da Indonésia em questões globais.

“O Brics é uma plataforma importante para a Indonésia fortalecer a cooperação Sul-Sul, garantindo que as vozes e aspirações dos países do Sul Global sejam ouvidas e representadas no processo global de tomada de decisões”, informou o governo indonésio. 

A expectativa é que nove países ingressem formalmente no Brics neste ano, entre eles, Cuba, Bolívia, Malásia e Tailândia, sejam como membros plenos ou como parceiros do grupo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do fórum internacional no dia 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro deste ano.