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A paixão nas cartas de Clarice Lispector e Fernando Sabino

Alvaro Costa e Silva – Foto: Fernando Sabino e Clarice Lispector - Acervo Fundação Casa de Rui Barbosa – Folha de São Paulo A paixão nas car...

Alvaro Costa e Silva – Foto: Fernando Sabino e Clarice Lispector - Acervo Fundação Casa de Rui Barbosa – Folha de São Paulo

A paixão nas cartas de Clarice Lispector e Fernando Sabino. Correspondência entre os escritores revela angústias e incertezas da criação


"Você é espírita, Fernando? Então como é que você me pergunta o que eu faço às três horas da tarde? Às três horas da tarde sou a mulher mais exigente do mundo. Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate. Quando passa, vem seis da tarde, também indescritíveis, em que eu fico cega". (Carta de Clarice Lispector a Fernando Sabino em 19/06/1946)

"De certo modo, você me dispensa de escrever. Resta o consolo de pensar que se eu fosse capaz como você de dizer o indizível, eu teria a dizer certas coisas que você ainda vai dizer. E me limito a ficar esperando". (Carta de Fernando Sabino a Clarice Lispector em 30/03/1955)

Em 1944, Fernando Sabino recebeu um exemplar de "Perto do Coração Selvagem", com dedicatória da autora estreante, Clarice Lispector. Ele não fazia ideia de quem era ela. De qualquer maneira, ficou deslumbrado com o livro. Tempos depois, quando a conheceu pessoalmente, ficou deslumbrado com Clarice.

Os jovens escritores viveram uma paixão não formulada. Encontravam-se diariamente, longas conversas numa confeitaria do Rio. Separados por compromissos fora do país, trocaram cartas, no período entre 1949 e 1969. Em 2001, Fernando as reuniu em "Cartas Perto do Coração", comovente testemunho de fidelidade à literatura e à amizade. Livro de culto, rapidamente se esgotou; poucos exemplares, e caríssimos, eram achados em sebos. Reaparece agora, em edição de capa dura, novo projeto gráfico e fac-símiles dos manuscritos.

Quem vê o prestígio de Clarice hoje não imagina suas angústias e incertezas reveladas na correspondência. Seu segundo livro, "O Lustre", foi recebido em silêncio. Dez anos após o aparecimento do terceiro, "A Cidade Sitiada", de 1949, ela estava esquecida. Os originais do romance "A Maçã no Escuro" ficaram cinco anos pegando poeira no escritório do editor Ênio Silveira. Além de segurar a barra da amiga, Fernando passou a atuar como agente literário de Clarice, até que seu talento fosse reconhecido.

Com a publicação de "Uma Aprendizagem", em 1969, Fernando carinhosamente entrega os pontos: "Eu não mereço mais ser seu leitor. Você foi longe demais para mim".

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