Ex-governador concedeu coletiva de imprensa para comentar sobre os casos no TCE-GO e MPGO Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (20/0...

Ex-governador concedeu coletiva de imprensa para comentar sobre os casos no TCE-GO e MPGO
Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (20/03), o ex-governador Marconi Perillo, que teve processos sobre obras rodoviárias e concessão de incentivos fiscais ao setor sucroalcooleiro durante seus mandatos arquivados pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e Ministério Público do Estado de Goiás de Goiás (MPGO), denunciou o que chamou de um “Estado policialesco”.
“Eu começo me lembrando de um fato que ocorreu comigo há mais ou menos 20 anos. O atual governador do Estado foi ao Palácio das Esmeraldas e me entregou um presente, acho que de aniversário, um livro chamado ‘As 48 Leis do Poder’, com uma dedicatória, inclusive. E ele me recomendou: ‘Leia várias vezes esse livro e aplique tudo que está sendo recomendado por esse livro maquiavélico’”, recordou.
“Como um democrata que sou, um homem com sensibilidade, que tem coração e fé, eu não li uma linha sequer e nem levei adiante as recomendações dele. Eu não tenho dúvida de que, ao longo desse tempo, ele não só leu centenas de vezes, como decorou as 48 leis do poder para realizar, uma vez no poder, todas as formas de maldade e perseguição em relação aos seus adversários”, complementou.
Marconi disse que Goiás se tornou um “Estado policialesco” depois que ele deixou o governo, uma época caracterizada por “um período de paz, democrático, em que havia diálogo total entre todas as forças do Estado, as forças produtivas, de mão de obra, trabalhadores, instituições das mais diversas”.
Na entrevista, o tucano afirmou que procurou “introduzir no Estado um tempo de pacificação, de respeito aos adversários, à Constituição e de muito diálogo e tolerância”. Porém, “de uns anos para cá”, a situação mudou “muito em função das ordens que foram dadas a partir de quem governa o Estado”.

“Não tenho dúvidas disso”, frisou o ex-governador. Marconi também comentou sobre as perdas para o Estado devido a esse caso: “Goiás está perdendo milhares de empregos e bilhões de investimentos em função da insegurança jurídica”.
Bloqueios de bens
O ex-governador fez questão de deixar claro que os bloqueios de seus bens oriundos dessas ações resultaram em uma grande confusão na cabeça de algumas pessoas, que ouviam o assunto na televisão e acabavam imaginando que ele teria feito algo de errado, o que não procede, já que não havia esse dinheiro em sua conta.
"Para se ter uma ideia, no conjunto, foram solicitados bloqueios de bens meus no valor de quase R$ 7,5 bilhões. O que as pessoas pensam? Se está bloqueado, é porque tem esse dinheiro. É porque roubou, é ladrão. Isso acaba ficando no inconsciente das pessoas. Sofri todo esse tipo de massacre", desabafou. “E não era verdade. Não havia dinheiro algum. O salário que recebo em meu trabalho na iniciativa privada, gasto tudo com o sustento de minha família. E não tenho patrimônio desse tamanho, também”.
Ações
O TCE-GO encerrou, por unanimidade, processo a respeito da Tomada de Contas Especial instaurada pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) relacionada a obras de pavimentação de trecho da GO-230 entre Água Fria de Goiás e Mimoso de Goiás. Já o MPGO arquivou, após seguidas derrotas na Justiça, uma série de ações que dizem respeito a benefícios fiscais concedidos ao setor sucroalcooleiro do Estado.
“Há uma indignação muito grande da minha parte pela injustiça que sofri ao longo do tempo, especialmente depois de ter trazido 24 indústrias de etanol e açúcar para gerar mais de 100 mil empregos para o Estado e ter levado como consequência 24 ações de improbidade por conta de promotores, que, na verdade, tinham um único objetivo: macular o meu nome, a minha história, a minha biografia e me perseguir”, afirmou.
“É um absurdo, uma inversão de valores. Você trabalha, trabalha, trabalha, vai à luta, consegue, com dificuldade, trazer as empresas para gerar emprego, para industrializar o Estado. O que você recebe é uma perseguição perversa, implacável, como a que eu recebi. De repente, fica tudo claro e comprovado de que isso nunca deveria ter acontecido, de que essa perseguição não poderia ter razão de ser, e o próprio Ministério Público pede desistência dessas ações todas”, acrescentou o ex-governador.
“Vou manter a bandeira da oposição hasteada”, garante Marconi

Ex-governador também disse, em coletiva de imprensa, que não pretende ser candidato a prefeito de cidade alguma nas eleições de 2024
O ex-governador e presidente estadual do PSDB, Marconi Perillo, afirmou, nesta segunda-feira (20/03), que vai “manter a bandeira da oposição hasteada, lá no alto, falando tudo que precisa ser dito”. “Não tenho medo do atual governador, por mais arbitrário, autoritário e perseguidor que ele seja. Vou continuar de cabeça erguida, falando o que eu penso, discordando de tudo aquilo que eu acho que tem que ser discordado e, ao mesmo tempo, concordando ou aplaudindo tudo aquilo que eventualmente eu considere certo”, pontuou.
A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa para comentar sobre ações, arquivadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e Ministério Público do Estado de Goiás de Goiás (MPGO), relacionadas a obras rodoviárias e concessão de incentivos fiscais ao setor sucroalcooleiro em seus mandatos.
“O meu foco, daqui para frente, é continuar trabalhando para limpar o meu nome. Nem que seja a última tarefa minha na vida pública. Até a última gota de tinta que usaram para sujar o meu nome eu vou limpar”, ressaltou. “Vou continuar lutando para que haja Justiça. Não só para mim. Justiça para todos.”
Eleições
Perguntado sobre seu futuro político, Marconi disse que não será candidato nas próximas eleições municipais. “Não serei candidato a prefeito de cidade alguma. Eu deixo isso claro. Não sou candidato de dois em dois anos. Não faço política por oportunismo, faço por idealismo. Não sou candidato [em 2024], e 2026 está longe. Até lá, vou avaliar o que fazer.”
O tucano também declarou que, mesmo que não concorra a um cargo diretamente contra o atual governador, continuará comparando os seus governos com os os dele para mostrar o trabalho que fez “e o que é farsa”.
Em relação a 2026, Marconi destacou, ainda, que, por não ter vaidade, pode nem ser candidato, mas garantiu que participará ativamente do processo eleitoral. “Vou continuar, enquanto vida tiver, na política, independentemente de ser ou não candidato.” Com informações de Carol Oliveira - Assessora de imprensa
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