Projeto vai avaliar, durante 30 dias, viabilidade técnica e econômica de uso de elétrico na região Metropolitana de Goiânia
Projeto vai avaliar, durante 30 dias, viabilidade técnica e econômica de uso de elétrico na região Metropolitana de Goiânia
Segundo a fabricante, motorização é feita por quatro motores elétricos, com 804 cv de potência máxima, e cada veículo elétrico deixa de emitir 110 toneladas de CO2 por ano
O Governo de Goiás, em parceria com a Enel X, apresentou nesta segunda (17) o ônibus articulado 100% elétrico, que será testado por 30 dias na região Metropolitana de Goiânia para avaliação da viabilidade técnica e econômica do transporte coletivo eletrificado.
No primeiro momento, os testes serão feitos sem passageiros.
Durante o mês de experiência serão avaliados os indicadores operacionais de manutenção do modal e o funcionamento do sistema eletrônico de monitoramento na linha do Eixo Anhanguera e extensões.
Também poderão ser verificados o tempo de carregamento, a autonomia do veículo e o custo da operação, além dos eventuais desafios de uma frota elétrica, diz a empresa.
A Enel X , por meio da Metrobus – operadora de transporte em Goiânia que explora o Eixo Anhanguera –, manifestou junto ao governo do estado o interesse em modernizar a frota de ônibus com a substituição por veículos elétricos.
“Este é o primeiro ônibus elétrico que trazemos para Goiás, e para Enel X é um grande privilégio participar deste marco histórico do estado”, afirma o diretor da Enel X, Carlos Eduardo Cardoso.
“A mobilidade elétrica urbana é fundamental para o desenvolvimento das cidades inteligentes, que integram sustentabilidade e conectividade, a serviço do bem-estar e da qualidade de vida da população”, diz.
Substituição da frota por 100% elétricos
“O usuário vai perceber que é um veículo mais confortável, a começar pela redução de emissão de ruídos, com ar-condicionado, entre tantos outros benefícios”, aposta o presidente da Metrobus, Francisco Caldas.
Ao fim do período experimental serão comparados o ônibus elétrico e o veículo tradicional (combustão a diesel) para a identificação dos benefícios econômicos e de sustentabilidade ambiental.
De acordo com a fabricante, cada veículo elétrico deixa de emitir 110 toneladas por ano de CO2.
Em caso de aprovação, o que se espera é a substituição de toda a frota da Metrobus pelos eletrificados, com a chegada das primeiras unidades ainda em 2022.
O modelo D9W da BYD, em teste, tem a carroceria Marcopolo e autonomia mínima de 250 km, com recarga de até 5 horas. A bateria, de fosfato de ferro, é considerada a mais limpa e segura por ser reciclável e à prova de fogo.
O ônibus-teste é um articulado de 23 metros, com capacidade para transportar 170 passageiros (59 sentados) e espaço reservado para cadeirantes. Seu consumo energético, segundo a BYD, é equivalente a 1,2KWh/km, com menor custo operacional e de manutenção que um veículo convencional.
A motorização é feita por quatro motores elétricos, com 804 cv de potência máxima.
Ao todo, o projeto envolve a Enel Distribuição Goiás e a Enel X, empresa do grupo que atua com projetos de mobilidade, a Metrobus, BYD e Marcopolo, Urbi Mobilidade Urbana, com consultoria do escritório Tauil Chequer e da Radar PPP.
Desde 2013, a BYD possui uma fábrica em Campinas/SP e 60 ônibus em circulação no país.
Segundo a BYD, atualmente no Brasil, estão rodando 350 ônibus movidos a eletricidade, sendo a maioria deles trólebus – alimentados por meio de uma rede de fios instalada no trajeto percorrido.
Mobilidade elétrica em outras capitais
Além de Goiânia, várias cidades estão fazendo testes com os modelos elétricos da montadora, como é o caso do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de São Paulo.
A Enel X entende que a eletrificação do transporte público sobre rodas é viável economicamente, mas é preciso um trabalho conjunto entre governos, operadores do transporte e empresas de tecnologia para dar garantias em projetos de longo prazo.
Um dos principais desafios é o custo de aquisição dos veículos.
A empresa participou de projetos de mobilidade elétrica urbana na Colômbia e no Chile, país que já tem a segunda maior frota de transporte público elétrico, atrás apenas da China.
A Enel X é uma das signatárias da Aliança Zebra – Zero-Emission Bus Rapid-deplyment Accelerator, criada em 2018 para acelerar a implantação de ônibus elétricos nas cidades de Santiago (Chile), Medellín (Colômbia), São Paulo (Brasil) e Cidade do México (México).
Eletrificados batem recorde de vendas em 2021
Os automóveis e comerciais leves eletrificados (EVs) bateram recorde de vendas em 2021, com 34.990 unidades vendidas, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Superando todas as expectativas, o aumento foi de 77% sobre os 19.745 emplacamentos deste tipo de modal em 2020 e de 195% sobre os 11.858 de 2019.
Nos cálculos, foram considerados os automóveis e comerciais leves híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos puros (BEV) emplacados de janeiro a dezembro do último ano.
Os líderes de venda continuaram sendo os elétricos híbridos flex a etanol (HEV), fabricados no Brasil pela Toyota, com 54% do total (18.948 unidades). Com destaque para o Corolla Cross Híbrido Flex que fechou o ano já totalizando 11.027 unidades vendidas.
Sobre os 100% elétricos (BEV), o Nissan Leaf Tekna (R$ 264 mil na tabela Fipe), foi o mais vendido do ano passado, quebrando a hegemonia dos veículos de alto luxo nas vendas de BEVs.
Dentre os dez modelos de BEVs mais vendidos em 2021, dois são furgões elétricos de transporte urbano de carga: o BYD eT3 (124 emplacamentos ou 49,4% das vendas da categoria) e o Renault Kangoo Max (120 ou 47,8%).
Em 2021 no Brasil, segundo balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), de um total de 1,55 milhão de automóveis emplacados (incluindo veículos à combustão), 2% eram elétricos.
A frota eletrificada total em circulação no país contabiliza 77.259 automóveis e comerciais leves (2012-2021).
Sobre o futuro, executivos da indústria global de automóveis acreditam que 41% dos novos veículos vendidos no Brasil em 2030 serão elétricos, de acordo com relatório divulgado pela consultora KPMG em 6 de janeiro.
Com informações de Moksha de Castro da epbr
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