Os partidos da enganosa “frente democrática” (ou melhor, frente abutre), PDT, PCdoB e PSB, se reuniram na noite de ontem (15) para disc...
Os partidos da enganosa “frente democrática” (ou melhor, frente abutre), PDT, PCdoB e PSB, se reuniram na noite de ontem (15) para discutir o apoio a Rodrigo Maia (DEM) para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados.
Não houve um consenso. PDT e PCdoB, como já haviam apontado, não abriram mão de apoiar o golpista de extrema direita. Já o PSB, devido a motivos próprios de seus acordos interesseiros, afirmou – ao menos publicamente – que não apoiará Maia, porque ele é o candidato do PSL de Bolsonaro. Trata-se apenas de demagogia, mas isso evidencia o quão baixo está o nível dos outros partidos da frente abutre.
No último sábado (12), em decisão coletiva, o PDT já havia escolhido apoiar Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados. Assim, o partido que tenta enganar e cooptar o movimento popular dizendo-se de “esquerda”, fará uma aliança com o PSL do fascista Jair Bolsonaro, que também irá apoiar Maia.
Da mesma forma, o PCdoB, por meio da sua presidenta, Luciana Santos, também havia declarado publicamente que apoiaria Maia, como já apoiou outras vezes. É uma aliança direta com Bolsonaro é o governo de extrema direita.
Rodrigo Maia é um dos principais representantes da burguesia e do imperialismo na política nacional, pertencendo ao partido herdeiro da Arena (organização que dava sustentação institucional à ditadura militar). Dentro do Congresso Nacional, foi um dos articuladores fundamentais do golpe de Estado e apoiou a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro à presidência da República.
Ou seja, é um representante da extrema-direita e da tendência fascista da burguesia, justamente por isso é o candidato da direita para a reeleição na Câmara.
O PDT, junto com PCdoB e PSB, vem tentando isolar o PT no Congresso com a formação de uma “frente democrática” artificial, que serve apenas para tentar canalizar a luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro” para o âmbito institucional que, como eles sabem perfeitamente, não levará a lugar nenhum que não seja a derrota acachapante dos trabalhadores.
Dizem que serão oposição a Bolsonaro, mas, como eles mesmos reconheceram, apoiarão o governo no Congresso em temas que sejam de interesse comum. Isso demonstra, mais uma vez, como tal “esquerda” está, na realidade, alinhada ao golpe e ao bolsonarismo.
É preciso lembrar ainda que o PDT é um partido que, além de ter apoiado o golpe do impeachment, apoiou a criminosa intervenção militar no Rio de Janeiro (que serviu como um treinamento para um golpe militar a escala nacional, caso necessário). Durante as eleições, três dos quatro candidatos do PDT que disputaram governos estaduais declararam apoio a Bolsonaro contra o PT no segundo turno das presidenciais.
E, para terminar, o cacique do partido, Ciro Gomes, apoiou na prática Bolsonaro contra o PT também no segundo turno. Já no primeiro turno, Gomes serviu apenas para tirar votos do PT, tentando ainda se apresentar como um candidato viável para a burguesia golpista.
Já o PCdoB, tem um longo histórico de acordos com a direita. Basta lembrar das eleições de 2018, quando o partido traiu o PT ao deixar a coligação depois de 30 anos, exatamente no momento em que o PT estava sendo trucidado pela direita a fim de que não vencesse as eleições. Tentou empurrar a todo o custo a candidatura de Ciro Gomes no lugar de Lula e, mesmo quando oficializou o apoio ao PT, conseguindo a candidatura de vice para Manuela D’ávila, na prática não prestou um apoio concreto contra a direita.
Todos esses fatos provam, de maneira definitiva, que a “frente abutre” não passa de uma farsa para, na prática, apoiar o governo de extrema-direita e a continuidade do golpe, mantendo Lula preso e impedindo como for possível a mobilização dos trabalhadores, que é a única maneira de derrotar a direita.
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