Montante sacado das contas inativas do FGTS ultrapassam R$ 34 bi e o governo prevê que os R$ 43 bilhões disponíveis para as contas inativas sejam sacados até 31 de julho
FGTS é mais um daqueles “direitos obrigatórios”. Ele é vendido como um benefício para você, mas quem fica na vantagem é o governo, que ainda por cima determina como, quando e se você vai poder utilizar a sua parte.
Além disso, até poder usá-lo, você é obrigado a deixar tudo aplicado num fundo que rende menos que a inflação. Um estudo divulgado no início do ano pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que nos últimos 17 anos, as perdas do FGTS já somaram 40%. Isso porque, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2016, o FGTS acumulou um retorno de 120,63%, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) corroeu esses ganhos, avançando 200,63%. Ou seja, FGTS é um dos piores investimentos existentes, mas que você é obrigado a fazer.
A maior parte do que retorna desse investimento é usada pelo governo, para, entre outras coisas, emprestar dinheiro com juros mais baixos a empresários amigos - como a Odebrecht e as empresas de Eike Batista. Um completo absurdo alimentado com o dinheiro que deveria ser seu.
E para quem acha que quem está saindo no prejuízo é o empregador, já que é ele quem é obrigado a depositar o valor em seu nome, é bom saber que não é bem assim. Por mais que seja vendido como um "extra", na prática, o FGTS sai do mesmo lugar que o seu salário: da sua produtividade, do seu suor. Pois é isso o que paga os custos que a empresa tem com você, seja com benefícios para você, seja com benefícios para o governo. Em outras palavras, você é obrigado a aplicar 8% do seu salário no FGTS.
Não há mais como escapar das discussões, e por isso o governo Temer promete, a partir desse ano, dividir os lucros do FGTS com o trabalhador. Mas é pouco. Se o dinheiro é um direito, recebido através do esforço do próprio trabalhador, ele não pode ficar retido numa conta do governo e rendendo menos do que deveria. Precisamos ser livres para decidir onde aplicar e quando sacar nosso próprio dinheiro.
Fonte: LIVRES
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