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Inédita e em fase de consolidação, pesquisa de práticas ambientais feita pelo IBGE, em parceria com a ABDI e UFRJ, mostra que fabricantes de bebidas têm mais iniciativas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 18, os dados referentes à Pesquisa de Inovação Semestral (PINTEC) 2023: Indicadores temáticos – Práticas ambientais e biotecnologia, na Casa Brasil IBGE, situada no andar térreo do Palácio da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro (RJ). A pesquisa foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A pesquisa acompanhou 9.827 empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas. Os resultados apontam que 89,1% delas (8.758), entre as 9.827 realizaram pelo menos uma iniciativa ou prática ambiental, sendo as relacionadas a resíduos sólidos a mais declarada (79,6%).
De acordo com o estudo, as atividades que mais implementaram iniciativas e práticas foram: Fabricação de bebidas, que lidera os rankings de atividades relacionadas a recursos hídricos (93,3%), eficiência energética (87%), reciclagem e reuso (93,4%). “Uma atividade como a de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, é natural ser menos ativa nas práticas ambientais, por se uma atividade mais de serviços industriais do que de transformação”, afirmou o gerente de pesquisas temáticas do IBGE, Flávio Peixoto.
Outro destaque da PINTEC inclui o aumento no número das empresas que publicaram relatórios de sustentabilidade. 36,7% pertenceram à indústria de Fabricação de bebidas, enquanto 69,6% das que integraram os critérios ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, conceito que avalia o desempenho de uma empresa em três áreas: meio ambiente, social e governança) às suas estratégias corporativas fazem parte da indústria de Fabricação de produtos químicos.
“A adoção de alguma iniciativa ou prática ambiental nas empresas industriais é ampla. Setores mais regulados apresentam maior proporção de empresas atuando para diminuir impactos negativos no meio ambiente a partir de seus processos industriais. Vale destacar que, em geral, as práticas são realizadas a partir de um plano estruturado de ação e grande parte das empresas realiza dispêndios nos temas materiais relacionados. Mais de 60% das empresas realizam pelo menos quatro temas materiais simultaneamente”, explicou Peixoto.
Apresentação da pesquisa
Mais de 80 pessoas, entre ibgeanos e ibgeanas e autoridades de outras instituições públicas como ABDI, UFRJ, Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), compareceram presencialmente ao evento de divulgação, que também contou com transmissão online por meio do IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto. A mediação ficou por conta do diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, João Hallak Neto.
Hallak Neto explicou que a PINTEC “investiga uma amostra de empresas de médio e grande portes das indústrias de transformação e extrativas, apurando os indicadores temáticos rotativos e os básicos de inovação e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Uma vez que a PINTEC constitui novidade metodológica sobre o IBGE em diversos ângulos, cabe ressaltar que esta edição é divulgada sob o selo de investigações experimentais. O uso desse selo é para identificar estatísticas inovadoras que ainda estão em fase de teste e sob avaliação”.
Em vídeo, a diretora da ABDI, Perpétua Almeida, ressaltou sua alegria em realizar “de modo integrado ao IBGE, esta pesquisa inédita que trata das práticas ambientais e da biotecnologia na indústria brasileira. É a primeira vez em nosso país que teremos um retrato de como o nosso polo industrial lida com as práticas de sustentabilidade”.
Diretor do Instituto de Economia da UFRJ (IE-URFJ), Carlos Frederico destacou que a parceria entre a universidade e o IBGE “envolve o caráter inovador no ponto de vista de acompanhamento da indústria nacional tecnológica, trazendo temas específicos, como inovação, Inteligência Artificial e, agora, meio ambiente. Esperamos que, no futuro, outras pesquisas como esta tenham continuidade”.
Diretora substituta de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Neide Freitas destacou estar “absolutamente comprometidos com a realização da PINTEC. Sabemos da importância de termos um instrumento de mensuração como esta pesquisa, para nós da ABDI, este momento representa muito mais do que a divulgação. Com esta divulgação inédita, trazendo dados relacionados às práticas ambientais e biotecnologias, ela simboliza um trabalho conjunto com a inovação e o desenvolvimento sustentável do nosso país”.
Ângela Carnaval, superintendente regional de administração do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos no Estado do Rio de Janeiro destacou a parceria do Palácio da Fazenda com o IBGE, que trouxe bastante aprendizado a quem visita e conhece a Casa Brasil IBGE, local da divulgação. “Conhecemos melhor a cada dia o trabalho do IBGE por conta desta parceria que trouxe esta Casa para o Palácio da Fazenda”, disse Ângela.
Coleta e divulgação
Ibegeanos e ibgeanas que participaram do processo de coleta da PINTEC acompanham a divulgação dos resultados. Supervisor de pesquisas econômicas do Instituto, Daniel Henriques explicou que para realizar este processo de coleta é preciso de grupos de 10 pessoas trabalhando diariamente em busca dos resultados. Henriques ressaltou que “é uma satisfação não só ver os resultados, mas ver toda a equipe unida neste evento. Os resultados são compatíveis com a realidade que assistimos diariamente, todo esse conjunto de coisas nos deixa muito orgulhosos”.
Cláudia Forge, agente de Pesquisas por Telefone do IBGE, explicou como foi realizada esta etapa de coleta para coletar os dados da PINTEC. “A pesquisa por ser temática é um tema leve, onde observamos que as empresas tinham interesse em participar por conta do tema meio ambiente, muito em voga atualmente”, disse Cláudia.
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